O vereador Diego Guimarães (Republicanos) realizou uma fiscalização no Centro de Bem-Estar Animal de Cuiabá na terça-feira (26) após denúncias de morte induzida de animais sem diagnósticos, maus-tratos, remédios vencidos e falta de vacinas anti-rábicas.
Conforme informado pela assessoria do parlamentar, todos os documentos e imagens coletadas da situação do local foram encaminhadas para o Ministério Público do Meio Ambiente. Além disso, através da filmagem realizada no momento da fiscalização, servidores do centro animal relataram que alguns animais resgatados com suspeita de leishmaniose são mortos sem o diagnóstico da doença. O mesmo acontece com animais considerados violentos e sem chance de recuperação.
Leishmaniose é uma infecção parasitária, transmitida através da picada do mosquito palha, que atinge o sistema imunológico do animal. A doença pode ser transmitida a seres humanos, por isso animais infectados geralmente são mortos, porém somente após o diagnóstico. Lembrando que existe tratamento para a doença.
O espaço em que os animais deveriam tomar banho de sol não estaria apropriado para soltá-los, uma vez que não teria portão, além de buracos na parede do local e acúmulo de lixo.
Ainda teriam sido observadas ambulâncias ao lado de viaturas do centro de zoonoses, o que não é recomendado pelo perigo de transmissão de doenças.
O que diz a prefeitura?
A Prefeitura de Cuiabá esclarece:
– São irresponsáveis e levianas as informações propagadas de que animais são mortos de forma criminosa e deliberada no canil administrado via Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável (SMADESS), via Diretoria de Bem-Estar Animal (DBEA);
– Com relação aos animais em óbito, acomodados em uma câmara fria, é necessário explicar que trata-se de um procedimento padrão, atendendo as regras sanitárias, por meio do descarte adequado. O procedimento é realizado via empresa terceirizada, a qual realiza a remoção periodicamente, conforme a demanda;
– Recentemente, a Diretoria de Bem-Estar solicitou a testagem em massa dos 27 animais atualmente alocados no abrigo, a fim de constatação do real quadro clínico de cada um, bem como a presença de enfermidades infectocontagiosas, que colocam em risco à saúde pública;
– Desse total, seis animais apresentaram resultados positivos para leishmaniose. Atendendo à Lei Federal nº 14.228/21, a morte induzida é utilizada para amenizar o sofrimento do animal em estágio avançado da doença. A legislação prevê que fica vedada a eliminação da vida de cães e gatos, exceto, em casos de morte induzida, oriundos de doenças graves incuráveis que colocam em risco a saúde humana e de outros animais;
– A respeito de remédios de uso veterinário com data de validade expirada (que já estavam acondicionados para o descarte em uma caixa de isopor), permanecem à disposição para posto de coleta especializados pelo recebimento deste tipo de material;
– Sobre o pátio, utilizado para concessão do procedimento denominado banho de sol dos animais, a Empresa Cuiabana de Serviços Urbanos (Limpurb) enviou, na tarde de terça-feira (26), um diretor-técnico de limpeza para adoção das medidas cabíveis.
– Por fim, salienta que os demais animais permanecem em boas condições de saúde para receber um novo lar, sem quaisquer intercorrências.
Centro Controle de Zoonoses (CCZ)
– Atinente às ambulâncias estacionadas no pátio da unidade, externa que os veículos estão no local aguardando posteriores decisões do município e não oferecem riscos ao desempenho das atividades e tampouco, encontram-se irregulares;
– Já sobre a aplicação de vacinas antirrábicas, o CCZ assegura que os imunizantes estão sendo aplicados normalmente e o abastecimento dos estoque mantêm-se em dia, à disposição dos munícipes interessados;
– Por fim, a Prefeitura de Cuiabá reitera o seu compromisso com à causa animal e lisura à administração de recursos públicos. Nesse sentido, após receber denúncias por meio da Ouvidoria Geral, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável requereu à Secretaria de Governo, há cerca de trinta dias, auditoria perante à Diretoria de Bem Estar e também no Centro de Controle de Zoonoses versando a garantia de transparência pela gestão.
Fonte: Leia Agora