Um documentário de 60 minutos produzido e lançado pela rede norte-americana ITV revela que os animais que viviam aprisionados no zoo privado mantido por Michael Jackson no rancho Neverland eram vítimas de crueldade e tinha como origem o tráfico de animais. Havia mais de 50 animais no local, mas quando a propriedade foi colocada à venda, todos desapareceram. Apresentado pelo ator Ross Kemp, o longa, chamado “Searching for Michael Jackson’s Zoo”, esmiuça a rotina desses animais e o que aconteceu com eles após a morte do cantor, em 2009.
O produtor do documentário, Johnny McDevitt, afirma que Michael sabia dos abusos e maus-tratos a animais. “Ele comprou dois elefantes, Ali e Baba, provenientes de um traficante de drogas condenado e torturador de animais na África do Sul. Esses animais testemunharam sua manada sendo morta, o traficante os torturou usando um gancho, privou-os de água e comida e os espancou até que eles se submetessem para que pudessem ser enviados para os Estados Unidos para ampliar a coleção exótica de Jackson”, denunciou após analisar imagens e documentos.
A equipe do documentário tentou conseguir depoimentos de ex-funcionários do rancho, que preferiram não falar por temerem implicações judiciais. Alguns animais foram enviados para um falso santuário, que os exploravam para entreter turistas. Em razão dos maus-tratos, muitos deles não sobreviveram. Toda a obscuridade que envolve o zoo impediu que os animais fossem rastreados. Imagens feitas quando o cantor ainda estava vivo mostram um dos funcionários espancando brutalmente um dos elefantes do zoo com um gancho de metal por cerca de 10 minutos.
Johnny conseguiu convencer o agressor a falar e ele, envergonhado, afirmou que agiu por ignorância. “Foi uma conversa muito difícil até mostrarmos a ele as filmagens e fotos dos elefantes acorrentados em Neverland. Ele chegou o mais próximo de todos de algum tipo de penitência. Eu o respeitava por ser sincero. Ele ressaltou que nos anos 90 não sabíamos tanto quanto sabemos hoje sobre os danos neurológicos causados aos animais em cativeiro e ele transmitiu algum tipo de arrependimento sobre os elefantes”, afirmou o produtor.
Há também o caso do chimpanzé Bubbles, tratado como animal doméstico pelo cantor. A primatologista Jane Goodall visitou o zoo e alertou um dos tratadores que a maneira como eles tratavam os animais, especialmente Bubbles, era horrível, mas ninguém se importou. “Para uma estrela da música que se retratou como uma criança no corpo de um homem e com as coisas que ele disse sobre os animais: ‘Como alguém poderia machucar um animal? Seria como machucar uma criança pequena’. Ele sabia sobre os maus-tratos aos animais”, alertou Johnny.
Nota da Redação: zoológicos e outros locais que aprisionam animais devem ser completamente extintos. Casos como esse servem para alertar a população mundial sobre a injustiça e crueldade escondida atrás de zoológicos e outros locais que mantém animais em cativeiro apenas para divertimento humano. É preciso clarear a consciência para entender e respeitar os direitos animais. Eles não são objetos para serem expostos e servirem ao prazer de seres humanos. As pessoas podem obter alguns minutos de entretenimento, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos condenados pelo egoísmo humano.