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Demanda de marfim produz massacre de elefantes na China

13 de fevereiro de 2011
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação)

De acordo com uma investigação especial do Sky News, a China está impulsionando a demanda de marfim contrabandeado da África, aumentando significativamente o massacre dos elefantes, ameaçados de extinção.

Durante a investigação, a equipe do Sky News, manteve contato com um informante em Pequim que revelou que sua família trabalha para o tráfico internacional de marfim. Em reunião, em um hotel cinco estrelas, ele mostrou três pares de presas recém-chegados, ao preço de 40.000 libras. Quando questionado sobre se podia importar mais, respondeu: “Não se preocupe que podemos fazer muito hoje e da próxima vez que eu tiver bom marfim, eu te ligo”. O informante explicou ainda que seu tio trabalha na África Ocidental e utiliza seus contatos para o contrabando de presas à China.

Apesar da proibição mundial da venda do marfim, os grupos ecologistas afirmam que houve aumento no massacre dos elefantes na África. Os animais são assassinados a tiros por caçadores antes de terem suas presas arrancadas. Há provas de que a matança continua impulsionada pelo Oriente e, em particular, pela riqueza que se acumula na China.

Uma investigação realizada pela Agência de Investigação Ambiental, em 2010, encontrou um crescente comércio oculto na Zambia, onde os comerciantes africanos aprenderam a palavra “China” para o marfim (xiangya). Um comerciante que se identificou como Stephen, descreveu como vendeu três toneladas de marfim a uma delegação do governo chinês. “Não havia nenhum problema, porque, nesse momento, tratava-se apenas de ir até o aeroporto e embarcar a carga no avião. Aconteceu com muita tranquilidade e de forma segura”, garante.

Os funcionários da alfândega de Hong Kong encontraram no ano passado 384 presas embaladas dentro de um contêiner enviado da Tanzania e etiquetado como “anchovas secas”. Enquanto isso, no aeroporto de Lubumbashi, no Congo, três chineses foram descobertos com seis malas cheias de presas. Os especialistas dizem que isso trata-se apenas uma pequena porção do comércio da crueldade que é cada vez maior.

Porém, uma vez que o marfim tem mercado crescente na China, é virtualmente impossível de rastrear, graças ao comécio legalizado no país. Em salas de exibição de marfim de alta qualidade, as esculturas são vendidas por mais de 200.000 libras. Cada escultura leva meses para ser finalizada e são muito apreciadas pelos novos ricos da China como símbolo de status.

Todos os concessionários estão creditados no governo e os ornamentos vêm com certificado expedido pela Administração Estatal Florestal da China. O processo de certificação supõe que deve garantir que todo o marfim à venda é proveniente de um tratado especial, uma compra única realizada pela China em 2008, quando o país permitiu comprar milhares de presas confiscadas e armazenadas pelos governos africanos. Dessa forma, o Sky News pôde revelar que o comércio legal do marfim na China serve como fachada para ocultar o tráfico de presas.

Gravada por uma câmera escondida em ateliê autorizado pelo governo chinês, a diretora disse que seu negócio consiste em somente talhar o marfim que vem com certificado. Porém, quando saiu da sala, um de seus funcionários explicou que também trabalham com presas ilegais e inclusive mostrou pedaços de marfim contrabandeado.

Lia Hua, do Fundo Internacional para o Bem-estar Animal (IFAW) disse que o comércio legal do marfim na China somente serve para alentar caçadores e contrabandistas. “Sempre que há comércio legal de marfim, o ilegal encontra-se também no mercado. É uma ameaça direta sobre a sobrevivência dos elefantes na natureza, em perigo de extinção”. A IFAW e outros grupos de proteção de animais pedem que as autoridades chinesas coloquem em prática uma proibição total da venda do marfim.

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