Por Fátima Chuecco (da Redação)
Se tem uma coisa que diverte quem ama animais é a leitura de livros cujos protagonistas são os bichos. Não é por acaso que as livrarias estão cheias deles, alguns viram best sellers e depois migram para o cinema. Aqui seguem algumas dicas de obras que emocionam, fazem rir e ajudam a conscientizar crianças, jovens e adultos para a necessidade de se proteger e respeitar os animais. Não são lançamentos, mas são boas referências de leitura para quem adora histórias sobre bichos ou contadas por eles.
Aventura escrita a muitas patas
A tradutora, professora de Inglês e protetora de animais Sinara Foss sempre teve a casa cheia de cães e gatos. Ela observou bem a algazarra do quarteto, que depois virou quinteto e hoje beira os dez animais na mesma casa, para escrever uma coleção de livros que deveriam ser indicados nas escolas, tal a quantidade de mensagens educativas neles contidas. Em “Divagações de Sissi”, por exemplo, a protagonista é uma cachorrinha que fala de veganismo , aquecimento global e direitos dos animais.
Sissi teve boa escola, afinal, Sinara conseguiu mobilizar milhares de pessoas para terminar com a carrocinha em sua cidade, Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul. Até 2010 os animais abandonados ainda eram mortos. “Fiz um texto em vários idiomas e disparei para dentro e fora do país pedindo para as pessoas enviarem emails ao prefeito exigindo o fim da carrocinha. Num só dia ele recebeu cerca de três mil emails de pessoas de diversos lugares. Isso motivou uma reunião entre a prefeitura, Ministério Público e CCZ onde ficou decretado o fim da carrocinha”, conta.
Em outros dois livros, a galera de peludos da Sinara, cinco gatos e três cachorros, descobre uma lareira que funciona como um portal do tempo e do espaço. Em “Sissi e sua turma no futuro” eles embarcam para um mundo 40 anos à frente onde a destruição do planeta leva a doenças, morte dos animais, falta de água e de comida. É claro que a turminha volta correndo para o tempo atual com medo de ficar presa naquela caos. Mas como explicar aos humanos que será esse o futuro próximo se a devastação do planeta não for contida? Em “Sissi na África” a viagem é no espaço e a trupe cai na maior favela do mundo. A missão agora é salvar um garoto da miséria. Será que essa turminha do barulho consegue? No livro “Memórias de um cachorro velho” muita gente vai se emocionar e torcer pelo cachorro Xôlo. Todos os títulos podem ser comprados direto com a autora pelo site (www.sinarafoss.com)
Trajetória de luta pelos bichos
Outra protetora de animais, Maria da Graça Dutra , que criou e implantou a Coordenadoria Municipal de Bem-Estar Animal em Florianópolis (SC), conta suas memórias em “O cavalo do padeiro”. São vários episódios reais vividos dentro e fora do Brasil. Aliás, a primeira história é justamente a que dá nome ao livro e que fez a autora enveredar pelo ativismo animal. Ela viveu vários anos na Europa e na Espanha trabalhou na Fundación Altarriba – Amigos de lós Animales. Os relatos mostram como uma protetora pode ser criativa em sua missão de salvas bichos. “Aprendi a colocar a inteligência a serviço da compaixão, aprendi a ver as soluções e não os impedimentos e aprendi, principalmente, que mesmo não podendo salvar todos ainda poderia salvar muitos animais”, diz.
Em Barcelona, por exemplo, enquanto ensaiava flamenco, notou um grupo de gatos curiosos que assistiam as aulas. Tudo corria bem com algumas pessoas alimentando-os até que houve uma determinação de tirá-los de lá. Com a ajuda da Fundación Altarriba Maria da Graça se empenhou na castração e doação de centenas de gatos e ainda ficou com alguns. Só que, com o sumiço dos gatos, vieram os ratos e tomaram conta da academia e roupas de espetáculo. Conclusão: chamaram os gatos de volta! O livro da ativista pode ser comprado pelo site (www.obrafloripa.org)
E se você fosse uma formiga?
Já parou para pensar nisso? Pois David Safier pensou e ganhou muito dinheiro, pois, seu livro “Maldito Karma” fez e continua fazendo sucesso. Desde as primeiras páginas ele arranca gargalhadas. Imagine uma apresentadora de TV que tem “um dia daqueles” multiplicado por cinco. Briga com o marido, abandona a filha no dia do aniversário da menina, passa um vexame na entrega de um prêmio, sofre um acidente inimaginável e acorda como formiga. E bem na frente dela, Buda, também reencarnado como formiga, só para explicar que ela deveria estar contente. Mas por que fui nascer formiga? – pergunta ela. Afinal, a protagonista puxou um tapetinho aqui e outro ali, mas não foi nenhum Hitler. Buda então diz que pessoas como o ditador alemão reencarnam como bactérias intestinais. Nossa! Melhor se conformar e aprender a viver com seis patinhas e antenas, não é mesmo?
Leitura especial para as gateiras
Alguns livros são praticamente obrigatórios nas prateleiras das gateiras. Em “Cleo” (de Helen Brown), a gatinha negra e sapeca vai sacudir uma família inteira. Com seu jeitinho meigo e brincalhão vai curar feridas profundas, sustentar a todos em momentos difíceis e provocar um redemoinho repleto de amor em uma casa que poderia estar fadada à tragédia e à tristeza. Outra lição de vida está na obra “A odisseia de Homero”, onde um gatinho cego mostra que pode tudo e mais um pouco, e que só os fracos reclamam da vida. A história é verídica e contada por Gwen Cooper que deu uma guinada na vida graças à companhia desse felino cheio de entusiasmo que ela aprendeu a amar.
O best seller felino do momento é “Um gato de rua chamado Bob”, do ex-artista de rua James Bowen. Ele já lançou também “O mundo segundo Bob” ainda não vendido no Brasil. A história desses dois já é tão conhecida que poupa apresentações, mas para quem ainda não leu o livro, trata-se de uma amizade instantânea e profunda entre James e Bob nas ruas de Londres. Esse gatinho ganhou tanto cachecol e petisco que poderia abrir uma loja, mas ficou rico apenas sendo um fiel e amoroso companheiro de um humano que não tinha mais esperança de vencer, de ser alguém, de ser feliz. Bob também estava sem beira nem eira. Um ajudou o outro. James comenta no livro que eles se apegaram de tal forma que só podem ter sido amigos em outra vida.