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AMEAÇA AO CLIMA

Degradação na Amazônia dispara e é a maior em 15 anos

Diferente do desmatamento, degradação ocorre gradualmente, com a remoção de árvores selecionadas e comercialmente mais lucrativas, pela passagem do fogo ou efeitos das mudanças climáticas.

28 de outubro de 2024
Redação ClimaInfo
2 min. de leitura
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Foto: Thomas Bauer/Instituto Sociedade População e Natureza

A degradação florestal na Amazônia bateu recorde em 2024. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do IMAZON, 26.246 km² de floresta foram degradados de janeiro a setembro deste ano: uma área equivalente a quase todo o território do estado de Alagoas. É o maior número em 15 anos.

Chama atenção o fato de que 77% do total degradado neste ano ocorreu apenas em setembro, quando 20.238 km² de floresta sofreram degradação, destaca ((o))eco. “Setembro costuma ser marcado pelo aumento dessas práticas na Amazônia, por estar dentro de um período mais seco. Porém, os números registrados em 2024 são muito mais elevados do que os vistos anteriormente. E a maioria dos alertas ocorreu devido à intensificação dos incêndios florestais”, explica a pesquisadora do IMAZON Larissa Amorim.

Setembro ainda foi o quarto mês consecutivo no ano com aumento nas áreas degradadas, o que contribuiu para que o acumulado desde janeiro fosse o maior dos últimos 15 anos, explica a Agência Brasil. Antes disso, o recorde para o período ocorreu em 2022, quando a degradação alcançou 6.869 km² – ou seja, pouco mais de um quarto do número deste ano.

O Pará liderou a porcentagem das áreas degradadas, informam g1 e Folha. Sete dos 10 municípios com maior degradação florestal estão no estado, incluindo os três primeiros: São Félix do Xingu (3.966 km²), Ourilândia do Norte (1.547 km²) e Novo Progresso (1.301 km²). O Pará totalizou 11.558 km² de áreas degradadas em setembro [57% do total], seguido por Mato Grosso (25%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%).

No Pará estão ainda as unidades de conservação (APA Triunfo do Xingu, Floresta Nacional do Jamanxim, APA do Tapajós e Floresta Nacional de Altamira) e as Terras Indígenas (Kayapó e Xicrin do Cateté) com maiores áreas degradadas na Amazônia, mostra o SAD. A TI Kayapó, no sul paraense, é a que tem a maior área ocupada pelo garimpo ilegal entre as TIs brasileiras. Neste ano, sofreu com a explosão de queimadas, que podem estar associadas diretamente aos garimpos.

Enquanto o desmatamento corresponde à remoção completa da floresta, a degradação é um dano causado por queimadas ou pela extração madeireira – não remove toda a vegetação, mas destrói parte dela. O IMAZON destaca que ambos ameaçam a biodiversidade e o clima.

No entanto, as emissões oriundas da degradação florestal não foram quantificadas na edição atual do Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa do Brasil, elaborado pelo governo federal. O que indica que o Plano Clima, em elaboração, olhará somente para o desmatamento.

Fonte: ClimaInfo

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