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Degradação ambiental em Quiterianópolis (CE) ameaça fauna que habita área de preservação

27 de setembro de 2010
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(Foto: Reprodução/Diário do Nordeste)

Um patrimônio ambiental, localizado a 12 km da sede do município de Quiterianópolis, na localidade de Cacimbas, está ameaçado de desaparecer, caso não cessem os avanços dos desmatamentos frequentes naquela área de preservação.

Todo esse patrimônio natural pode desaparecer em pouco tempo, caso os desmatamentos não sejam freados na região, cuja área é composta por 300 hectares. Nos últimos três meses, os monitores ambientais que realizam um trabalho de levantamento de dados sobre a fauna e flora das Cachoeiras do Penha têm se deparado com sucessivos exemplos de desrespeito ao ecossistema da região, que a passos largos se transforma em uma paisagem angustiante. “A degradação dói nos olhos de ambientalistas que conhecem as belezas e riquezas deste monumento natural dos Inhamuns”, diz Valdo Vale.

A fauna e a flora também foram atingidas. “Várias espécies de plantas, árvores e pássaros vêm sofrendo com o desmatamento feito próximo aos locais de reprodução, trazendo prejuízos constantes e aos poucos o desaparecimento destas espécies”, denuncia o diretor do Polo Santa Rita. João-de-barro, maracanã, pica-pau rei e periquitos são exemplos de pássaros do bioma caatinga existentes na região, que estão convivendo com o crime ambiental e correm sério risco de extinção. A vegetação também já denota grandes prejuízos e degradação. De acordo com Valdo, nos últimos três anos, a região já perdeu mais de 70% de toda a sua rica cobertura vegetal.

O desmatamento desordenado na região provoca a preocupação, revolta e protestos de ambientalistas na região dos Inhamuns. “Solicitamos uma providência urgente dos órgãos de fiscalização e uma posição definitiva do governo com relação ao futuro da região, que se encontra em grau de degradação muito grande”, aponta Valdo Vale.

O monitor Diego Silva protesta. “A gente fica triste de ver o quanto a gente se empenha, luta por esta causa e constata este nível de destruição. Será que daqui a dois anos estaremos aqui a lamentar a perda de um dos mais belos monumentos naturais da região dos Inhamuns?”, questiona.

Cláudia Araújo, presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) de Quiterianópolis, diz que a partir dos protestos dos ambientalistas, e também preocupados com a situação na APP, o Conselho reuniu os proprietários e está articulando uma reunião técnica com os órgãos de preservação ambiental, Semace e Conpam.

Com respeito ao bioma caatinga, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) cerca de 7% se encontram em unidades de conservação, menos de 1% em unidades de proteção, que são as mais restritivas à intervenção humana.

Estas unidades, no entanto, têm sérios problemas de implementação, pois têm de lidar com diversos problemas relacionados à proteção da sua biodiversidade, como caça, focos de incêndio, desmatamento e tráfico de animais silvestres. A criação de novas unidades de conservação, aumentando a área protegida deste bioma, assim como a melhoria da gestão das já criadas são metas do MMA, por meio do Núcleo do Bioma Caatinga.

Na última reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão colegiado do MMA, em agosto passado, em Brasília, foi aprovada a resolução sobre a metodologia adotada no País. No texto-base, é definida a metodologia para recuperação das APPs, consideradas de interesse social pelo Código Florestal. “A resolução, caso aprovada, será um instrumento na mão do produtor rural para que ele possa fazer a recuperação das áreas de preservação permanente sem burocracia”, explicou o diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros.

Com informações do Diário do Nordeste

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