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PROTEÇÃO

Defensores dos direitos animais lutam contra construção de uma fazenda de criação de salmão

Os protetores afirmam que o impacto ambiental não foi avaliado no planejamento

27 de dezembro de 2023
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: U.S. Fish and Wildlife Service Headquarters | Wikimedia Commons

Defensores dos direitos animais insistem para Michael Gove, Secretário de Habitação e Comunidades do Reino Unido, a interromper a construção da primeira fazenda de criação de salmão totalmente em terra no país, alegando que a decisão de conceder permissão de planejamento foi falha.

A Animal Equality, organização internacional dedicada a proteção de animais de produção, afirma que uma avaliação de impacto ambiental deveria ter sido realizada antes de o conselho de North East Lincolnshire (NELC) dar sinal verde à fazenda de salmão em Cleethorpes, que, segundo eles, seria a maior do Reino Unido em terra ou mar.

Embora as orientações do governo digam que cada caso deve ser julgado levando em conta suas particularidades, elas indicam que o mínimo necessário para uma avaliação de impacto ambiental, é quando uma fazenda é projetada para produzir mais de 100 toneladas de peixe por ano.

O desenvolvimento da Aquacultured Seafood Ltd pretende produzir cinco mil toneladas de peixe por ano, mas foi considerado “improvável de ter efeitos significativos no meio ambiente, devido a fatores como sua natureza, tamanho ou localização”. A Animal Equality descreveu a decisão como “extremamente irresponsável”.

Uma carta legal, enviada ao Gove e ao NELC pelo escritório de advocacia Advocates for Animals em nome da instituição de caridade, diz: “Devido à escala do projeto, à singularidade, à localização e aos riscos para a vida selvagem local, o impacto de qualquer mau funcionamento, ou mesmo de quaisquer circunstâncias imprevistas, tem o potencial de ser enorme e complexo. Uma avaliação aprofundada e clareza são especialmente importantes para um empreendimento tão novo, onde os impactos permanecem desconhecidos; menos que isso pode ser considerado puramente especulativo.”

A carta afirma que existem riscos significativos decorrentes da água bombeada do corpo d’água de Humber, designado como uma “área úmida de importância internacional”, e depois bombeada de volta após ser usada pela fazenda, como a contaminação da área circundante e do ecossistema, por peixes doentes. As estatísticas oficiais sugerem que a mortalidade de salmões em fazendas escocesas atingiu níveis recordes neste ano.

A instituição afirma também que a fazenda “planeja usar uma empresa de tratamento que só foi utilizada na Rússia e na Eslováquia; nenhum dado foi publicado sobre o funcionamento delas.”

A justificativa para não realizar uma declaração de avaliação de impacto ambiental foi que a fazenda é uma “instalação em terra e autossuficiente, em vez de tradicionalmente aquática”. Mas a Animal Equality diz que a autoridade de planejamento depositou muita confiança nas garantias do desenvolvedor.

“Dadas as abundantes incertezas e riscos óbvios, é escandaloso que o comitê tenha permitido que o pedido chegasse a esse ponto, muito menos que o tenha aprovado. A falta de diligência exibida é perturbadora. O governo deve intervir e impedir que isso vá mais longe. Continuaremos a fazer tudo em nosso poder para evitar a construção desta monstruosa fábrica de peixes”, disse Abigail Penny, diretora executiva da instituição de caridade.

Segundo informações do The Guardian, Animal Equality deu 21 dias para o Departamento de Promoção da Igualdade, Habitação e Comunidades responder. O departamento confirmou ter recebido uma carta sobre a decisão da autoridade de planejamento local de não realizar uma avaliação e disse que responderá no devido tempo.

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