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Defensores dos animais reagem a decisão de retirar gatos do Parque Municipal de BH

28 de abril de 2011
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A arquiteta Marimar Jordá-Poblet alimenta um gatinho (Foto: Reprodução/ Estado de Minas)

Depois da morte em janeiro de uma pessoa, atingida pela queda de um jatobá, atacado por cupins no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro de Belo Horizonte, MG, os 150 gatos que vivem no local se tornaram alvo de polêmica: biólogos da prefeitura alegam que os felinos são predadores de pássaros e, sem as aves, cupins se proliferam e atacam troncos, galhos e raízes. A PBH estuda projeto para retirá-los do espaço arborizado, mas defensores dos animais decidiram reagir e marcaram para sábado uma mobilização geral em defesa dos felinos.

Representantes da Fundação de Parques Municipais, defensores de animais e voluntários que cuidam dos gatos no parque se reuniram para debater a questão. Estudo sobre os animais, elaborado pela bióloga Fabiane Niemeyer e pelo veterinário Leonardo Maciel Andrade, foi entregue à Comissão de Saúde Humana na sua Relação com os Animais, do Conselho Municipal de Saúde. Integrante da comissão e defensora dos gatos, a arquiteta e paisagista Marimar Jordá-Poblet destaca que o estudo parte de premissas errôneas, é incompleto e propõe medidas drásticas totalmente inadequadas para a solução do problema.

“A gente contesta alguns pontos desse trabalho da prefeitura e por isso entregamos o nosso parecer. Eles são predadores ocasionais de aves. Não podem culpar os gatos pela queda das árvores. E também ninguém se lembra dos benefícios dos felinos, como o fato de afastarem baratas e ratos, que representam um perigo para a cidade, ainda mais na região hospitalar”, lembra Marimar. Para a voluntária Jane Penna, se os animais saírem do local, certamente vão morrer. “Está parecendo uma coisa medieval. Não podem fazer isso. É um problema de ignorância mesmo”, desabafa.

No sábado, Jane, Marimar e outros admiradores dos felinos vão promover, a partir das 10h, uma manifestação no parque em defesa dos gatos. Também será criada a Associação dos Amigos dos Gatos do Parque Municipal Renné Giannetti.

O presidente da Fundação de Parques Municipais, Luiz Gustavo Fortini, informa que vai instruir grupo de trabalho com técnicos da área de biologia a analisar a questão e achar a melhor maneira de resolver a situação. “Ainda não foi descartada nem definida nenhuma solução. Dentro de 30 a 60 dias, teremos um aval sobre o estudo. Até lá, os gatos permanecem no parque”, esclareceu.

A favor

Boa parte dos frequentadores do parque é favorável aos animais. “O parque tem problemas mais sérios que precisam de soluções mais urgentes. Uma quantidade de maloqueiros anda por aqui e ninguém faz nada”, afirma o técnico em eletrônica Antônio Eustáquio, de 52 anos. A tenente Odinéia Siqueira, de 29, não vê relação entre a queda da árvore e os gatos e defende a permanência deles.

O fotógrafo lambe-lambe Francisco Xavier, de 70, há quase cinco décadas trabalhando no parque, acha um pouco ruim a presença dos gatos: “Se encontrarem um local melhor para eles, prefiro que os levem daqui”, explicou. Para o comerciário Robson Silva, de 49, os gatos são importantes para o parque porque assustam baratas e ratos e não acredita que eles sejam capazes de devorar pássaros. “Se eles forem embora, aqui vai ficar infestado de ratos”, comentou.

Fonte: Estado de Minas

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