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A UM PASSO DA LIBERDADE

Decisão judicial histórica pode libertar elefanta Happy e abrir precedentes para o fim de zoos em todo o mundo

27 de maio de 2022
Magnolia Gomez | Redação ANDA
2 min. de leitura
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O Zoológico do Bronx é o confinamento de cerca de 4.000 animais, incluindo Happy e mais um elefante asiático – Foto: Barry King / Alamy Foto Premium

O tribunal de Nova York está prestes a decidir sobre a liberdade da elefanta Happy, confinada há 45 anos no Zoológico do Bronx, para que seja enviada a um santuário de elefantes e possa viver sua liberdade, que nunca deveria ter sido tirada.

Happy, uma elefanta asiática de 51 anos, foi retirada da natureza no início dos anos 1970. Ela foi enviada para os EUA, chegando ao Zoológico do Bronx em 1977.

Em espaços separados, o zoo mantém Happy e outro elefante. Eles só conseguem se tocar através de uma cerca com suas trombas.

Nos anos 80, auge da exploração animal em zoológicos, circos e parques, os elefantes foram sujeitados a passearem com visitantes no zoológico, fazer truques e competições de cabo de guerra.

A organização sem fins lucrativos Nonhuman Rights Project (NhRP), que defende os direitos civis de elefantes, golfinhos, baleias, dentre outros animais, luta pela libertação de Happy, com a alegação de que o cativeiro rouba o direito do animal de expressar seus instintos naturais.

Num ato inédito, o NhRP apresentou uma petição contra o Zoológico do Bronx em 2018, pedindo que o tribunal concedesse a Happy seu “direito comum à liberdade corporal”, com base em habeas corpus, sendo assim possível a liberação imediata da elefanta a um santuário.

Segundo o NhRP, o confinamento e a solidão são preocupantes, devido à alta inteligência e sociabilidade da espécie. Na natureza, os elefantes asiáticos formam relacionamentos que duram a vida toda, muitas vezes trabalhando juntos para criar seus filhos.

Outra observação pertinente é o fato de em 2005, Happy se tornar a primeira elefanta a passar em um teste de auto-reconhecimento no espelho, que os pesquisadores dizem indicar autoconsciência.

A pesquisadora de elefantes Joyce Poole diz que manter os elefantes confinados “impede que eles tenham um comportamento normal e autônomo e pode resultar no desenvolvimento de artrite, osteoartrite, osteomielite, tédio e comportamento estereotipado. Mantidos em isolamento, os elefantes ficam entediados, deprimidos, agressivos, catatônicos e não conseguem prosperar”.

Na semana passada, o Tribunal de Apelações de Nova York ouviu argumentos a favor e contra a libertação de Happy. Espera-se que o tribunal anuncie sua decisão nas próximas quatro a seis semanas.

Em um artigo publicado pelo New York Post, fala-se sobre Happy e a sua “triste vida sozinha no zoológico do Bronx”. A publicação disse: “Happy passa a maior parte do tempo dentro de casa em um grande espaço de detenção, repleta de jaulas que têm cerca de duas vezes o comprimento dos corpos dos elefantes.

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