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LEVANTAMENTO

De suçuarana a gato-do-mato, estudo identifica 8 espécies em risco de extinção em fragmentos florestais de Piracicaba (SP)

Monitoramento foi realizado ao longo de 15 anos no espaço da microbacia do córrego Capim Fino, afluente do Rio Piracicaba, e identificou a presença de 258 espécies diferentes.

6 de junho de 2025
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Gato-do-mato-pequeno com a pelagem tradicional da espécie. Foto: LeandroVacchiano/iNaturalist

Um projeto de monitoramento da fauna silvestre realizado em Piracicaba (SP) mapeou a presença de 258 diferentes espécies de animais na área da microbacia do córrego Capim Fino, afluente do Rio Piracicaba. Das espécies identificadas, oito estão ameaçadas de extinção.

O levantamento teve início em 2010 e foi realizado ao longo de 15 anos. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (5) pela montadora Hyundai Brasil, responsável pelo monitoramento da área no entorno da fábrica desde antes da instalação em Piracicaba, em 2012.

A área mapeada contempla os chamados fragmentos florestais – áreas de vegetação natural que foram divididas ou isoladas por barreiras, naturais ou humanas – e Áreas de Preservação Permanente (APPs).

As analises foram feitas a partir da divisão de três grupos de animais vertebrados terrestres: aves (avifauna), mamíferos (mastofauna) e anfíbios e répteis (herpetofauna).

Espécies e risco de extinção

Durante os anos de monitoramento, foram mapeadas 258 espécies diferentes dos três grupos animais.

O estudo permitiu também identificar a organização da vegetação local, hábitos alimentares dos animais e entender como o ecossistema responde a estímulos ambientais – físicos, químicos ou biológicos.

A maioria dos animais mapeados está no grupo da avifauna, com 199 espécies identificadas. A mastofauna teve 25 diferentes identificações entre pequenos, médios e grandes. Já na herpetofauna, são 34 espécies – 21 de anfíbios e 13 de répteis.

Entre os diferentes animais mapeados, oito espécies foram classificadas com ameaça de extinção. Os que correm risco são aves e mamíferos.

  • Suçuarana (Puma concolor);
  • Gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi);
  • Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus);
  • Tapeti (Sylvilagus brasiliensis);
  • Tico-tico-de-máscara-negra (Arremon franciscanus);
  • Jacupemba (Penelope superciliaris);
  • Pipira-preta (Turdus flavipes);
  • Pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucoblephara).

Métodos de monitoramento

Para realizar o mapeamento das espécies é preciso observá-las em seu habitat. Para isso, foram realizadas metodologias consideradas não invasivas para a observação, que incluem armadilhas fotográficas, procura visual e auditiva em sítios reprodutivos, caminhamentos e busca ativa.

Diferentes animais requerem diferentes horários para a realização das ações de mapeamento, então foi necessário criar um cronograma adaptado para conseguir registrar as espécies de diferentes hábitos.

As aves eram monitoradas no início da manhã e no final da tarde, dois momentos em que cantam mais ativamente. Já os anfíbios e répteis são animais de hábitos noturnos, então a observação ocorria sempre neste período.

No caso dos mamíferos, as armadilhas com câmeras ficavam ativas e operando 24 horas, já que dentro do grupo os diferentes animais podem ser diurnos, noturnos ou crepusculares e era preciso estar sempre a postos para conseguir registros.

Fonte: G1

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