Desde o começo deste ano até meados de março, a Farah Service, concessionária que gerencia a ciclovia do Rio Pinheiros, registrou a morte de 21 animais atropelados no local. Como forma de minimizar esses números, a empresa lançou uma campanha com placas nas entradas da ciclovia e postagens em redes sociais.
Desde que a Farah Service assumiu a gestão da ciclovia, já foram observadas mais de 60 espécies de animais nas margens do canal do rio, sendo a capivara a espécie mais vista. Outras espécies incluem ratão do banhado, preá, cágado, maria-faceira, garça-moura e tucano verde. A ONG Centro de Apoio e Proteção Animal (Capa), coordenada por Mariana Aidar, atua nas margens do rio em prol dos animais e é responsável pela campanha para tentar minimizar os atropelamentos.
Michel Farah, diretor-executivo da Farah Service, disse ao g1 que desde que a empresa assumiu a ciclovia, em 2020, é possível ver um aumento do número de animais no entorno. A explicação, diz ele, é a limpeza do rio e o saneamento básico de favelas nos casos de aglomerações urbanas comprovadamente estabelecidas (como a maioria das favelas do entorno do Pinheiros). Com isso, a fauna local ficou mais evidente.
Ainda que a causa dos atropelamentos não seja responsabilizada aos usuários da ciclovia, tanto Aidar quanto Farah citam que a causa dos atropelamentos pode ser atribuída aos carros de serviços, ciclistas que pedalam em pelotão e ciclistas distraídos, que circulam com celular na mão ou olhando para o chão.
A ciclovia já limitou os pelotões a, no máximo, seis pessoas, mas os diferentes pelotões acabam se juntando em um grupo maior, o que pode dificultar o desvio em caso de animais na pista. A limitação de pelotões deve diminuir quando toda a pista da ciclovia for liberada, o que diminuirá a chance de os grupos se juntarem. A Farah Service também planeja conversar com os motoristas dos carros de serviços e pedir que eles circulem mais devagar e fiquem mais atentos.