No mês passado, a ONU Meio Ambiente publicou um relatório que é resultado de um trabalho desenvolvido por 250 cientistas de mais de 70 países ao longo de cinco anos. A publicação faz um alerta de que os danos ao planeta são tão desastrosos que a saúde humana será cada vez mais ameaçada se ações urgentes não forem tomadas.
O relatório afirma que se não ampliarmos drasticamente a proteção ambiental, cidades e regiões na Ásia, Oriente Médio e África poderão testemunhar milhões de mortes prematuras até a metade do século.
A publicação também alerta que os poluentes em nossos sistemas de água potável farão com que a resistência antimicrobiana se torne a maior causa de mortes até 2050 e com que disruptores endócrinos afetem a fertilidade masculina e feminina, bem como o desenvolvimento neurológico infantil.
Mas o estudo também destaca que o mundo tem a ciência, a tecnologia e os recursos financeiros de que precisa para seguir na direção de um caminho de desenvolvimento mais sustentável, embora ainda falte apoio suficiente do público, das empresas e de líderes políticos, que se agarram a modelos ultrapassados de produção e desenvolvimento.
“A ciência é clara. A saúde e a prosperidade da humanidade estão diretamente ligadas ao estado do nosso meio ambiente”, afirmou Joyce Msuya, diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente:
“Esse relatório é um panorama para a humanidade. Estamos numa encruzilhada. Vamos continuar no nosso caminho atual, que levará a um futuro sombrio para a humanidade, ou vamos dar uma guinada para um caminho de desenvolvimento mais sustentável? Essa é a escolha que nossos líderes políticos têm que fazer, agora.”
A projeção futura de um planeta saudável com pessoas saudáveis baseia-se em um novo modo de pensar, em que o modelo “cresça agora, limpe a bagunça depois” é substituído por uma economia de “lixo-quase-zero” até 2050.
De acordo com o relatório, investimentos verdes de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países trariam um crescimento no longo prazo tão alto quanto o previsto atualmente, mas com menos impactos das mudanças climáticas, escassez de água e perda de ecossistemas.
Atualmente, o mundo não está no caminho para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 ou mesmo até 2050. Ações urgentes são necessárias agora, uma vez que qualquer atraso nas ações climáticas aumenta o custo de alcançar as metas do Acordo de Paris, pode reverter o nosso progresso e, em algum momento, tornar essas metas impossíveis.
Para ler o relatório completo, clique aqui.