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CRUELDADE

Curso de cirurgia estética utilizará vinte porcos vivos como cobaias no Rio de Janeiro

A prática é considerada maus-tratos e foi denunciada formalmente por ONG às autoridades

2 de agosto de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Vinte porcos vivos serão utilizados como cobaias em um curso que ensina a prática de lipo LAD, cirurgia de cunho exclusivamente estético, promovido pela empresa SMART, de ensino para médicos, no Rio de Janeiro nos dias 09 a 11/08 e 11 a 14/08. O curso está sendo amplamente divulgado e os 20 animais serão submetidos a procedimentos absolutamente cruéis e posteriormente eutanasiados.

O art. 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais classifica como maus tratos a submissão de animais a práticas dolorosas e invasivas quando existirem métodos alternativos, e não se pode negar que existem diversos recursos substitutivos para o treinamento de cirurgias estéticas, sendo absolutamente desnecessário explorar seres sencientes para essa finalidade.

“Além de ilegal, o uso de animais vivos é imoral e antiético por se tratar de usar, sem autorização, os corpos de indivíduos que têm o direito à integridade física preservada. É um horror que não pode ser legitimado pela sociedade”, pontuou Letícia Filpi, advogada e diretora jurídica da ANDA.

Na própria página da empresa organizadora do curso, são anunciados outros métodos de ensino alternativos igualmente eficazes, como os simuladores por vídeo e realização de cirurgias robóticas.

“Ora, se existem recursos outros que possibilitam o aprendizado dos alunos na realização das técnicas cirúrgicas, por qual razão os animais serão submetidos a esse sofrimento? Além da questão jurídica, devemos olhar também para a problemática moral da prática da vivissecção: por qual razão seria “justo” ou aceitável submeter porcos a um procedimento estético em prol da comodidade e lucratividade de grupos humanos?”, questionários a advogada Giovana Poker.

A ONG carioca Toda Vida Importa, por intermédio do escritório de advocacia animalista Giovana Poker – Direito Animal, encaminhou ofício ao CONCEA – Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, ao CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária, ao Ministério Público e à SMPDA – Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais do município do Rio de Janeiro, solicitando providências urgentes para a proibição do uso de animais nas aulas do curso, bem como registrou um Boletim de Ocorrência junto à DPMA – Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente para apuração da prática delituosa.

Boletim de Ocorrência

Nota da Redação: A vivissecção, prática arcaica e cruel de dissecar animais vivos para estudar suas funções biológicas, tem sido alvo de fortes críticas e condenações. Além de causar sofrimento extremo e prolongado aos animais, essa prática levanta sérias questões éticas sobre a necessidade e a humanidade dos métodos científicos.

Com o avanço da tecnologia, métodos substitutivos que não dependem da crueldade e são mais precisas, como modelos computacionais e técnicas de imagem avançadas, tornam a vivissecção cada vez mais obsoleta e indefensável. É extremamente necessário que a comunidade científica e a sociedade como um todo repensem e eliminem essas práticas desumanas em prol do respeito aos seres vivos e do progresso ético na ciência. A vivissecção precisa ser abolida.

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