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EMPATIA

Cuidadores se disfarçam de animais para devolver filhotes órfãos da vida selvagem para os habitats naturais

31 de outubro de 2025
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: San Diego Humane Society

Em centros de reabilitação espalhados pelo mundo, humanos estão encontrando formas cada vez mais criativas e respeitosas de devolver a liberdade a animais selvagens que perderam suas mães. Em vez de se apresentarem como cuidadores, eles se disfarçam, escondem o rosto, usam roupas com cheiro neutro e até reproduzem sons das espécies para não interferir na formação natural dos filhotes.

No Ramona Wildlife Center, da San Diego Humane Society, nos Estados Unidos, cuidadores vestem fantasias de urso ao alimentar filhotes órfãos de urso-negro. A técnica evita que os pequenos associem a presença humana à ideia de segurança e, assim, mantenham o instinto selvagem necessário para sobreviver sozinhos quando voltarem à floresta. O mesmo cuidado é aplicado a coiotes e outros mamíferos resgatados. O centro já conseguiu devolver à natureza nove coiotes criados sob esse protocolo.

O Suffolk Owl Sanctuary, no Reino Unido, adota princípios semelhantes com corujas e outras aves de rapina. Lá, o contato humano é reduzido ao mínimo possível. O objetivo é que os filhotes cresçam sem dependência emocional ou comportamental de pessoas, aprendendo a caçar e a se orientar por conta própria antes da soltura.


Em comum, esses projetos partem de um princípio ético: os animais não existem para entreter, servir ou ser domesticados. Quando um filhote perde a mãe, a ajuda humana deve ser apenas um meio temporário para restabelecer sua autonomia. Fingir ser uma “mãe” da mesma espécie é uma forma de reparar, com cuidado e empatia, o dano que a ação humana muitas vezes causa à vida selvagem.

Essas práticas mostram que é possível oferecer ajuda sem aprisionar, curar sem submeter e proteger sem dominar. São pequenos gestos que devolvem a cada animal o que é seu por direito: a liberdade.

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