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PORTO ALEGRE (RS)

Ladrões assaltam pet shop, levam cachorro e cobram resgate para devolvê-lo

1 de outubro de 2022
4 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

A ação de dois ladrões em uma pet shop ainda causa angústia na proprietária do estabelecimento, localizado na zona norte de Porto Alegre (RS). Além de invadir o local e roubar dinheiro da conta bancária da mulher, os ladrões ainda levaram um cão da vítima, que é veterinária e preferiu não se identificar. Dias depois, eles pediram R$ 1,5 mil para devolver o cachorro, chamado Bolt.

Sem conseguir trabalhar desde o assalto, que aconteceu no último dia 22 de setembro, a proprietária ainda tenta localizar o filhote de quatro meses que foi levado pelos homens na ação. O caso é investigado pela Polícia Civil.

“Pedi para não pegaram nenhum dos cachorros, que levassem só o dinheiro. Aí ele pegou o Bolt, que é filhote, simpático, foi o primeiro a ir perto dele, fazer festa, brincar. Quando ele pegou, eu comecei a gritar desesperadamente, pedia socorro. Eles foram saindo pelo portão, de costas, nem aí para nada. Viram a câmera também e não estavam nem aí”,  relata a vítima.

Segundo a veterinária, os dois ladrões chegaram na pet shop se passando por clientes, com um gato. Assim que entraram no local, anunciaram o assalto. A proprietária conta que teve as mãos amarradas e passou a receber ameaças, em uma ação que durou cerca de 15 minutos. Ao menos um dos homens estava armado, segundo a vítima.

A dupla pedia por dinheiro durante toda a ação. Como não havia nada em caixa, obrigaram a mulher a transferir o valor que estava na conta bancária dela, de R$ 1,4 mil.

“Foi uma tortura, durou uma eternidade. Eu tinha atendido só uma cliente naquele dia, e ela pagou em Pix. A maioria dos pagamentos hoje em dia não é feita com dinheiro físico”.

O cachorro sequestrado, um lulu da pomerânia, foi levado em uma caixa de transporte da pet shop. Ao menos sete cachorros estavam no pátio naquele momento. A mulher estava sozinha na loja, e o celular dela também foi levado na ação. A casa da veterinária fica acima do estabelecimento e também foi revistada pelos suspeitos:

“Entraram e já colocaram a arma na minha cintura, a mão segurando meu pescoço. Um deles ficou me segurando na recepção e o outro foi entrando pela loja, invadiu minha casa, foi no quarto, abriu armário, atirou tudo pelos cantos. A gente sente que perde completamente a privacidade, a segurança. Invadiu um espaço que é meu trabalho e minha casa”.

Foto: Arquivo pessoal

Homens pediram resgate

Dois dias depois do roubo, a veterinária afirma que os ladrões entraram em contato com ela pelo WhatsApp. Eles enviaram foto do cachorro e pediram uma quantia de R$ 1,5 mil para devolver Bolt.

Os assaltantes afirmaram que metade do valor deveria ser paga em pix e o resto da quantia seria transferido após a entrega do cachorro.

“Eu disse que não tinha mais dinheiro e que de qualquer forma não iria fazer nada sem ver que o cachorro estava bem. Quando disse que não faria a transferência, eles me bloquearam. Eu ainda recebo umas mensagens de gente dizendo que está com o Bolt, com sotaque paulista, que sabemos que é golpe”.

Desde o assalto, a proprietária afirma que não conseguiu retomar o serviço, com medo de novos roubos e na angústia de encontrar o cão:

“Estou trancada desde aquele dia. Não tenho coragem de abrir o portão, de atender. Não consigo dormir. Enquanto não achar o Bolt eu não vou sossegar”.

Segundo ela, após a ação, os criminosos fugiram em um carro vermelho que estava em uma rua próxima.

Polícia investiga caso

Sem detalhar o trabalho das equipes para não prejudicar a apuração, o delegado Marcelo Kaner, da 12ª Delegacia de Polícia, afirma que o caso é investigado como roubo seguido de extorsão. A polícia também apura tentativa de revenda do cão e possível maus-tratos contra ele.

“Estamos com uma investigação bem robusta, que está em andamento. Como a raça do cachorro é de um valor mais elevado, provavelmente por essa razão os criminosos tenham vislumbrado a possibilidade de conseguir mais algum valor ao roubar ele, e se aproveitam também desse vínculo da vítima com o animal”.

Fonte: GZH

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