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APATIA

Crime: abandono de animais domésticos tem aumentado no Brasil

22 de fevereiro de 2022
Thayanne Magalhães
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração l Pixabay

Animais são capazes de sentir medo, tristeza e de amar seus tutores. Apesar de estar comprovado o sofrimento emocional, está aumentando o número de animais domésticos que são abandonados por seus tutores no Brasil.
É cada vez mais comum ver um animal em situação de rua e o trabalho das pessoas que realizam resgate é cada vez mais solicitado.

“A gente recebe mensagens todos os dias. São 15, 20 pedidos por dia para resgate de animais. O poder aquisitivo do brasileiro caiu e, consequentemente, o abandono aumentou”, diz a presidente da ONG Vida Animal Livre, Val Consolação, em entrevista ao G1.

Um microchip, inserido por meio de uma seringa sob a pele dos animais, é um recurso de proteção usado pela prefeitura de Belo Horizonte. Nele estão informações básicas sobre o animal e também sobre quem aparece para fazer a adoção.

“O número do microchip é único. A partir dele, nos casos de abandono, que é considerado um crime ambiental, nós temos a condição de saber quem foi o último responsável por aquele animal”, explica o diretor do Centro de Zoonoses de BH, Eduardo Viana.

A lei define que quem abandona um animal comete crime e pode pegar até cinco anos de prisão. Mas tem muita gente que parece não se preocupar com isso. Hoje, com as ruas cada vez mais monitoradas por câmeras para todo lado, os flagrantes vão acontecendo, um atrás de outro.

Um registro é do início de janeiro, em Belo Horizonte. A passageira retira dois cães do porta-malas. Eles são deixados para trás logo em seguida. Em Itaúna, oeste de Minas, também no mês passado, uma mulher joga os cachorros por cima de uma cerca bem alta e depois vai embora. No início de fevereiro, em Montes Claros, no norte do estado, um filhote numa sacola é despejado no mato. O casal deixou o local sem olhar para trás.

Na Zona Norte do Rio, mulheres retiram dois cachorros do carro. Elas soltam os animais das correntes e depois saem. Os animais ainda correm atrás do carro, mas ficam para trás.

A polícia investiga quando as denúncias são formalizadas e reforça que a lei ficou mais rigorosa para quem é flagrado maltratando cães e gatos.

“Se a pessoa for pega em flagrante, ela é conduzida a delegacia para as formalidades legais. Neste momento, não é possível de arbitrar fiança e ela já sai dali para recolhimento na unidade prisional”, afirma a investigadora da Polícia Civil de Minas Luísa Lisboa.

Em Florianópolis, que também usa o microchip para identificar cães e gatos, o abrigo público está lotado. É mais uma cidade que vem registrando aumento nos casos de abandono de animais.

“As pessoas precisam entender que o animal é sua responsabilidade e, pelo tempo que ele durar, você tem que proporcionar a ele todos os cuidados que ele necessita, e não transferir a outro a responsabilidade, ou pior, jogá-lo fora, jogá-lo na rua como se fosse um objeto descartável”, diz Fabiana Bast, diretora de Bem-estar Animal, da Prefeitura de Florianópolis.

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