A criação de programas de investigação científica sobre a palanca negra gigante foi defendida, na quinta-feira, em Luanda, pelo reitor da Universidade Agostinho Neto (UAN).
Orlando da Mata, que falava num seminário sobre “A implementação do projeto de conservação da palanca negra gigante”, afirmou que as instituições de ensino superior e de pesquisas devem contribuir para um melhor estudo sobre o estado daquele antílope, que só existe em Angola.
A elaboração e implementação de programas de educação ambiental, referiu, contribuem para que haja resultados desejados em relação à proteção e conservação dos recursos naturais.
Infelizmente, referiu, a nossa biodiversidade ainda vive sérios problemas, como a caça furtiva e a falta de fiscalização efetiva nas áreas de conservação, realidade que, frisou, constitui uma grande ameaça à natureza.
Orlando da Mata defendeu a realização de um estudo para a conservação da restante biodiversidade do interior do Parque Nacional da Cangandala, habitat do animal, a identificação das necessidades das comunidades locais e a sua relação com a palanca negra gigante.
No seminário, que teve como objectivo principal a contínua localização daquele antílope no Parque Nacional de Cangandala, foram tratadas questões como “a biologia da palanca” e a “a implementação do projecto/memorando de entendimento sobre a proteção e conservação” do animal.
O projecto de proteção e conservação da palanca negra gigante, disse o orador, é mais uma forma de mostrar como o Executivo está empenhado na proteção e conservação da biodiversidade angolana.
O regresso da palanca
Após a conquista da paz, em 2002, surgiram rumores de uma provável extinção da palanca negra gigante, em razão de a área onde habitualmente vive não ter sido poupada pela guerra. Dois anos depois, com o recurso a meios aéreos, foram observados indícios da existência da palanca negra, trabalho posteriormente facilitado com a introdução de câmaras infravermelhas.
O trabalho foi coroado de êxito no ano seguinte, ao ter sido confirmada a existência da palanca negra gigante, o que originou a construção, em 2009, de um “santuário” no Parque Nacional da Cangandala e na captura de dez animais, entre os quais um macho, postos em quarentena.
Os principais objetivos do projeto de proteção da palanca são a criação de condições para a sua preservação, a gestão integrada do Parque Nacional da Cangandala e da Reserva do Luando e a implementação de um programa de monitoração e avaliação da população dos animais no seu habitat natural.
O projeto, iniciado em Janeiro, tem a duração de três anos e contempla também a criação de sinergias público-privadas, a nível nacional e internacional, para a conservação da palanca negra.
Fonte: Jornal de Angola