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Crescem casos de maus-tratos a animais em Mogi Mirim (SP)

31 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução

O abandono e a violência contra animais domésticos são assuntos que vêm ganhando defensores que lutam para coibir essas práticas. Em Mogi Mirim (SP), existem voluntários que formam redes de adoção de animais abandonados. Muitos desses animais sofreram maus-tratos com requintes de crueldade.

A mogimiriana Daniele Mello representa a ONG UPA (União Protetora dos Animais) na cidade e conta que os casos de maus-tratos vêm aumentando consideravelmente nos últimos meses. “Atendo maus-tratos há 16 anos e já encontrei cães violentados sexualmente, com olhos mutilados”, lembra.

No dia 17 de janeiro, foram registradas duas situações nesse sentido. Cinco cães adultos e seis filhotes foram encontrados amarrados ao redor de uma barraca comercial na SP 340.

Daniele Mello foi informada através de denúncia e a Guarda Municipal deu apoio na abordagem. “Os cães estavam na chuva, sem água e sem alimento. O tutor alegou que usava os animais como cães de guarda porque não aguenta mais ser assaltado”, explica. O tutor se comprometeu a retirar os cães.

No mesmo dia, um cão foi encontrado na região central com queimaduras no focinho. “Aparenta que alguém jogou água fervendo”, diz Daniele.

Os GM’s Alexsandro e Moreira estiveram no local e encaminharam o animal à UPA. Ele foi medicado e se encontra em processo de recuperação. Depois, será encaminhado para adoção.

“Pedimos a colaboração no sentido de que as pessoas denunciem situações de maus-tratos”, destaca a voluntária. A ONG também aceita doações de ração, abrigo, medicamentos e objetos de uso veterinário para auxiliar na prestação de socorro aos animais.

Quem se interessar em adotar o cão encontrado ou desejar doar materiais deve ligar no telefone (19) 3862-8452.

Canil

No Canil Municipal de Mogi Mirim também se encontram cães e gatos que podem ser adotados pela população. A legislação estadual em vigor proíbe a prática de controlar a população de cães e gatos através da eutanásia. Com isso, a atuação do Canil passa a ser de recolhimento seletivo. “A equipe só recolhe animais que estejam sofrendo, em estado de saúde crítico, ou que sejam agressores, que ofereçam risco à população”, explica o veterinário do Canil, Rogério Marcos Garros.

Ele reforça que o Canil não pode receber animais saudáveis, nem mesmo se o tutor o abandonar. “É uma forma de coibir a guarda irresponsável. A orientação nesses casos é para que a pessoa procure doar o animal”, diz.

Garros antecipa que há um projeto de criar um banco de dados e até um site oficial do Canil para adoção dos animais.

A equipe do Canil constantemente recebe denúncias de maus-tratos, mas o veterinário explica que eles não têm autonomia para agir nesses casos. “O denunciante precisa formalizar a denúncia junto ao Protocolo da Prefeitura Municipal”, explica.

São cerca de 50 animais abrigados atualmente no local, a maioria sem raça definida (SRD). Para adotar um deles, basta que a pessoa seja maior de 18 anos e compareça ao canil portando CPF e RG. “Um termo de responsabilidade é assinado e é feito o cadastro fotográfico do cão”, explica Garros.

Em fase de finalização das reformas, o Canil em breve se tornará um Centro de Controle de Zoonoses. Um gatil foi estruturado para abrigar os felinos adequadamente. Uma sala de necropsia, espécie de laboratório, e um centro cirúrgico foram estruturados com o objetivo de oferecer a castração de animais gratuitamente à população. “Não sabemos ainda se haverá algum critério para oferecer o procedimento”, ressalta o veterinário.

No caso de animais de rua, o Canil deverá recolher, realizar a castração e devolver no mesmo local em que o animal foi encontrado. Ainda não há previsão de início dos procedimentos.

O Canil Municipal está localizado na Rua Ariovaldo Silveira Franco, aos fundos do Departamento de Serviços Municipais (DSM). O telefone é (19) 3862-4382.

Fonte: A Comarca 

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