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Crescem casos de câncer em animais domésticos

5 de março de 2012
2 min. de leitura
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A cada 21 dias, Mel –uma border collie de seis anos– se submete a um tratamento para um câncer na bexiga com agulhas e remédios.

Ela faz quimioterapia no hospital veterinário da Unesp de Jaboticabal (342 km de SP), pioneiro no Estado em oncologia veterinária.

Casos de câncer são cada vez mais comuns entre animais domésticos, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha.

No hospital onde Mel é tratada, por exemplo, os casos de bichos com câncer aumentaram quase quatro vezes em 11 anos –foram de 293 em 2000 para 1.155 em 2011.

O maior tempo de vida dos bichinhos, que estão recebendo mais cuidados dos tutores, é um dos fatores. Pesquisa da na UFPR (Universidade Federal do Paraná) mostra que os casos são mais frequentes em cães com idade de 7 a 12 anos.

A oncologia é recente na medicina veterinária. “Há 20 anos não se fazia nada [contra o câncer], hoje os veterinários estão buscando especialização”, diz Maria

Lúcia Zaidan Dagli, vice-presidente da Abrovet (Associação Brasileira de Oncologia Veterinária), fundada em 2004.

Por isso, atendimento ainda é restrito a hospitais vinculados a universidades e a algumas clínicas particulares. “São poucos com veterinários especializados e faltam equipamentos adequados, como os de radioterapia, que são caros”, afirma a doutora em medicina veterinária Silvia Ricci Lucas, da USP.

A veterinária Edna Ortiz faz exame na cachorra Mel antes do tratamento quimioterápico na Unesp de Jaboticabal (Foto: Silva Junior/Folhapress )

Tratamento

Assim, a cirurgia é o principal procedimento, associado à quimioterapia, diz o veterinário Carlos Roberto Daleck, coautor do livro “Oncologia em Cães e Gatos”.

O diagnóstico ainda é falho e, geralmente, os animais já chegam ao hospital com o câncer desenvolvido. “Os veterinários não fazem diagnóstico precoce, e os tutores têm dificuldade em identificar os sintomas”, afirma Sabryna Calazans, coordenadora do curso de oncologia do Instituto Bioethicus, em Botucatu (238 em SP).

Foi o caso do maltês Gucci. “Um dia, ele pulou do sofá e vimos que estava mancando. Fizemos um raio-x para ver o que era e foi detectado o câncer no rim, que já estava espalhado”, conta a publicitária Kelen Batista, 31.

O bichinho morreu em dezembro, aos 12 anos.

Fonte: Folha

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