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EGOÍSMO

Cresce número de pessoas que procuram serviços de clonagem para animais domésticos

21 de março de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Enquanto a clonagem de animais doméstico ganha popularidade na China, com tutores dispostos a pagar até US$ 52.000 por uma cópia genética de seus companheiros falecidos, especialistas em direitos animais e éticos alertam para os graves problemas que essa prática representa. Apesar de ser vendida como uma solução emocional para a perda de amigo de quatro patas, a clonagem esconde uma realidade sombria: a exploração de animais substitutos, riscos à saúde dos clones e a perpetuação de uma indústria que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar animal.

Liu Xing, uma tutor de um gatinho, gastou cerca de US$ 19.000 para clonar seu gato Tomcat, afirmando que a experiência “vale cada centavo”. No entanto, nem todos compartilham dessa visão. A clonagem de animais envolve a criação de embriões em laboratório e a utilização de fêmeas como “barrigas de aluguel” para gestar os clones. Essas fêmeas são submetidas a procedimentos invasivos e repetidos, muitas vezes sem qualquer consideração por seu conforto ou saúde. Além disso, os animais clonados frequentemente apresentam defeitos genéticos e problemas de saúde crônicos, como demonstrado por casos em que os tutores receberam clones com doenças ou até mesmo com o sexo errado.

A indústria de clonagem, que se expandiu significativamente na China, promete réplicas idênticas de animais domésticos, incluindo aparência e personalidade. No entanto, a realidade é que a clonagem não pode recriar a individualidade ou a conexão emocional única que um animal original tinha com seu tutor. Em vez disso, ela reduz os animais a produtos comercializáveis, perpetuando uma visão utilitarista da vida animal.

Grupos de direitos animais argumentam que a clonagem é um luxo desnecessário e eticamente questionável. Enquanto as empresas afirmam que os animais substitutos são bem tratados e, em alguns casos, adotados, a prática de criar vida em laboratório para satisfazer desejos humanos continua sendo moralmente problemática. A clonagem reforça a ideia de que os animais existem para servir aos humanos, ignorando suas necessidades intrínsecas e seu direito a uma vida livre de exploração.

Em vez de investir em clonagem, uma alternativa mais compassiva e ética é a adoção de animais resgatados. Milhões de gatos e cães em abrigos ao redor do mundo esperam por um lar amoroso. Ao adotar, não apenas se oferece uma segunda chance a um animal necessitado, mas também se evita os custos exorbitantes e as implicações éticas da clonagem. Adotar é um ato de compaixão que respeita a dignidade dos animais e promove um futuro mais justo para todos os seres sencientes.

A clonagem de animais domésticos pode parecer uma solução emocional para a perda de um companheiro querido, mas ela esconde uma realidade cruel e exploratória. Em vez de buscar réplicas genéticas, devemos honrar a memória de nossos animais domésticos adotando e cuidando daqueles que já estão entre nós, dando-lhes a chance de uma vida plena e digna. A verdadeira compaixão não está em recriar a vida, mas em valorizar e proteger aqueles que já existem.

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