Na manhã de sexta-feira (9/7) foi transmitido pela TV Senado o debate proposto pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Na reunião, que contou com senadores e convidados, também foram debatidos os reflexos do coronavírus no ecossistema e um plano para amenizar os impactos ambientais pós-pandemia.
A senadora pontua que o desmatamento, além de agravar as mudanças climáticas, provoca um desequilíbrio que pode deixar humanos vulneráveis a vírus de outras espécies.
A Agência Senado publicou que a sessão remota atende ao requerimento apresentado pela senadora Eliziane e, posteriormente, complementado pelo presidente do colegiado, senador Confúcio Moura (MDB-RO). O parlamentar cita o relatório “Fronteiras 2016: questões emergentes de preocupação ambiental”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que apontou o desmatamento como fator de aumento das zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais e seres humanos).
A pauta completa foi transmitida também pelo Youtube e pode ser assistida no site.
Entenda
Segundo uma pesquisa publicada na revista Science e coordenada pela Universidade de Princeton – em parceria com cientistas brasileiros, chineses e quenianos – preservar a natureza seria 500 vezes mais barato do que remediar uma pandemia.
Diminuir o desmatamento de florestas tropicais e o comércio de animais selvagens pelo mundo custariam até 31 bilhões de dólares por ano. Até julho de 2020, os gastos com a pandemia do covid-19 eram estimados em cerca de 15 trilhões de dólares).
Além do coronavírus, que tem como origem provável os morcegos na China, outros vírus, como o ebola, foram transmitidos para humanos por animais silvestres.
Com a devastação ambiental, animais que hospedam vírus perdem seu habitat e buscam estadia e alimento em zonas urbanas, facilitando a transmissão para nós, humanos, que não temos a proteção para tal vírus.
Outra forma de prevenção seria a maior fiscalização e diminuição da criação de animais para consumo, principalmente as espécies que tem mais chances de transmissão para humanos (porcos e aves) e silvestres (como os comumente consumidos na China).
O desmatamento da floresta amazônica (habitat natural de morcegos e primatas) representa grande risco para surgimento de novas doenças para seres humanos.