Segundo o Correio Braziliense, a pandemia de Covid-19 causou um grande impacto na vida de muitos animais domésticos devido às quase 11 mil mortes causadas pelo vírus só no Distrito Federal.
A quantidade de animais abandonados aumentou consideravelmente nos últimos meses, no DF, de acordo com os protetores de animais. Os abrigos da cidade contam que o número de resgates também cresceu, pois as famílias das vítimas afirmam não terem condições para manter os animais após a morte dos tutores.
Os animais, além de órfãos, têm que lidar ao mesmo tempo, com a perda do seu cuidador e do lar em que viviam. No entanto, os abrigos estão enfrentando dificuldades desde o início da pandemia, como no caso do abrigo que é administrado por Jaqueline Sousa, o Cãopanheiro de 4 patas.
“A gente não tem suporte do governo, então, nós mantemos por meio de doações. Quando resgatamos algum animal fazemos campanhas, rifas, organizamos grupos para conseguir dar o devido suporte, e vamos mantendo o abrigo assim. Está bem difícil por conta da pandemia, porque tivemos uma redução muito grande na ajuda, muita gente perdeu o emprego, teve redução no salário, com isso, estamos com dificuldade de pagar as despesas”, conta a protetora.
Jaqueline ainda falou sobre como o abandono interfere na vida dos animais. “Para eles é o mais difícil, porque, além de perder o tutor, muitos ficaram nas ruas, poucos tiveram a sorte de ser resgatados e ter uma chance de ter um novo lar. Geralmente, eles ficam muito tristes e demoram para se adaptar”, explica.
Luciene Guimarães, outra protetora do abrigo, comenta sobre a falta de incentivo para apoiar esse tipo de causa. “A gente precisa de mais visibilidade, de campanhas veiculadas em rádio, TV, jornais, falando realmente da necessidade desse trabalho. É preciso que a população conheça a relação dos abrigos que existem em Brasília e ajude, para que eles possam trabalhar com mais apoio. As pessoas usam as redes sociais para tantas coisas, um simples compartilhamento pode impactar nosso trabalho”, afirma.
Segundo Luciene, existe uma falta de empatia por meio das pessoas que abandonam os seus pets. Adotar um animal é assumir um compromisso pelo bem-estar daquela vida.
“Muitas pessoas se queixam pelo custo que é manter um animal, mas é necessário pensar nisso antes de adotar um, porque é necessário ter comprometimento”, explica.
Dedicação e Amor
Durante os 50 anos de casados, o esposo de Marlene Generosa Redu, de 76 anos, resgatou e amparou diversos gatinhos abandonados. Em setembro deste ano, Carlos foi uma das vítimas por complicações da Covid-19. Mesmo após perder o esposo, Marlene não desamparou os bichanos.
Ela se viu sozinha com o desafio de cuidar de 29 gatos e seis cachorros. “Ainda estou lidando com a perda do meu marido. Ele me ajudava muito, passeava com os cachorros, me ajudava com a limpeza, nós dividíamos as tarefas. Agora estou sozinha, só tenho duas pessoas para me ajudar”, lamenta.
Marlene acredita que mesmo enfrentando dificuldades, abandono não é uma opção quando não é mais possível cuidar de um animal. Ela ainda fala da importância das doações para manter o trabalho realizado pelos abrigos.
“Os animais precisam de um certo suporte por parte de seu tutor, é necessário pensar no bem-estar deles. Com esse abandono, o animal fica exposto a diversos perigos, como maus-tratos, além do sofrimento psicológico deles. Então, é necessário tratar com mais comprometimento esse tipo de situação, é uma responsabilidade manter um animal”, conclui.
Se você deseja apoiar a cuidadora dos gatinhos, Marlene, entre em contato através do telefone ( 61) 981-744-536. Ou para ajudar o abrigo de animais, Cãopanheiro, doe através do Pix (61) 986839410 ou Picpay @abrigo4patas.