Por Danielle Bohnen (da Redação)
A intendente da Polícia de Pichincha Juliana Tamayo suspendeu, recentemente, duas das quatro corridas de touros anunciadas pela União de Toureiros do Equador, do evento chamado de II Jornadas Culturais Taurinas.
As atividades eram gratuitas e começaram dia 19 e ofereciam uma corrida de touro por dia até o fechamento da festa, previsto para domingo. Mas, durante os dois primeiros dias, os promotores não respeitaram a lei n. -99 -40467-CNDHIG-2009-MGAO, que proíbe em nível nacional a entrada de menores de 12 anos neste tipo de espetáculo, baseando-se na ideia de que nestes espetáculos o animal têm tratamento violento e cruel, o que vai de encontro ao desenvolvimento moral e dos direitos dos menores.
A presença de centenas de crianças na Plaza de Toros de Belmonte durante os dias 19 e 20 de agosto foi registrada por membros do Conselho Nacional da Criança e Adolescente, da AnimaNaturalis e Diabluma, que juntamente com outras organizações integram uma comissão que exigem o cumprimento da lei. As provas que recolheram nos primeiros dias foram suficientes para a suspensão das corridas de touros que se realizariam no fim de semana, apesar de os organizadores continuarem anunciando o espetáculo.
“É o começo do fim da tauromaquia, como já está acontecendo em outras partes do mundo, inclusive na Espanha. Seguiremos o exemplo do processo civilizatório de um ser humano respeitador aos demais animais, onde se divertir com o sofrimento do outro não terá mais lugar”, declarou Rasa Bihari, coordenador nacional da organização AnimaNaturalis, no Equador.
Para Daniela Romero, psicóloga e secretária geral de AnimaNaturalis, esta resolução “é uma prova de que a sociedade equatoriana está avançando, sendo cada vez mais sensível diante do maltrato animal e reconhecendo seu vínculo com a violência exercida contra outros seres humanos”.
Segundo reportagem da PrensAnimal, apesar de as corridas de touros serem defendidas como uma prática extremamente arraigada no Equador, 85% da população não está de acordo ou não se interessa (CEDATOS, 2009). Em abril, a cidade Loja, localizada na província de mesmo nome, nos Andes equatorianos, deu um grande exemplo ao país proibindo a tauromaquia e declarando-se uma cidade livre da violência contra animais.
