A Assembleia Legislativa dos Açores rejeitou, esta tarde, pela diferença mínima de dois votos, o projeto de decreto legislativo regional que legalizaria a corrida de touros picada (modalidade de tourada em que o animal é trespassado por varas pontiagudas antes de ser apresentado ao toureiro) nos Açores.
Votaram a favor da proposta 26 deputados, o mesmo número dos subscritores desta iniciativa legislativa que registou 28 votos contra e duas abstenções. Para a rejeição do projeto contribuiu particularmente a bancada do PS (Partido Socialista), com 20 deputados, tal como o líder partidário Carlos Cesar, opositores à introdução da denominada sorte de varas, apoiada por apenas seis socialistas.
O projeto que desafiava a proibição nacional surgiu na sequência do novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Retomava o articulado de um decreto aprovado em 2002 e rejeitado pelo Tribunal Constitucional.
Em defesa dos animais, foram entregues no parlamento mais de 400 petições, contra as 17 a apoiar a proposta e a defender que “tauromaquia é cultura”. Também a Associação Amigos dos Açores enviou um documento aos responsáveis internacionais e nacionais da UNESCO em que denuncia a possibilidade de se vir a legalizar as varas nas touradas açorianas. No texto o movimento ambientalista alerta para o fato de “um grupo minoritário de aficcionados” estar a “exercer pressões sobre os deputados” no sentido da legalização daquela “prática cruel, baseada no sofrimento e exploração de animais para entretenimento do homem”.
Fonte: Público