Por Augusta Scheer (da Redação)
No dia 3 de julho, milhares de pássaros serão forçados a voar um longo percurso cruzando o Canal da Mancha e o Mar da Irlanda, num trajeto que totaliza centenas de quilômetros e expõe os animais a condições climáticas extremas. É a famosa corrida de pombos King’s Cup, evento internacional em que os competidores, reunidos em Saint-Allouestre, na França, soltam pombos originários da Irlanda para que os animais tentem voltar para seu país natal.
Os perigos são muitos: os pássaros podem se afogar, colidir com fios elétricos, ser caçados por predadores, ou simplesmente morrer de exaustão. Numa tentativa desesperada de retornar ao seu habitat natural, é provável que a maioria das aves padeça durante a extensa viagem.
Na corrida do ano passado, somente 40 dos 2087 pombos que foram compelidos a participar do evento retornaram dentro do período de três dias. Esse resultado desastroso levou a ONG PETA dos Estados Unidos a pedir que as autoridades irlandesas restrinjam a corrida desse ano. Uma carta urgente enviada a órgãos de proteção dos animais pede que participantes e clubes de corrida de pombos sejam investigados na Irlanda e na Irlanda do Norte, por violações às leis de bem-estar animal.
Na carta, a PETA destaca que as legislações de bem-estar animal proíbem o sofrimento desnecessário de animais em ambos os países, com destaque para a Lei da Fauna Silvestre (Wildlife Act), que coíbe a prática de ferir pássaros silvestres protegidos, incluindo pombos.