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AQUECIMENTO GLOBAL

Corrente oceânica mais forte do mundo pode desacelerar 20% até 2050, aponta estudo

O derretimento do gelo da Antártida está libertando água fria e doce para o oceano, o que deverá causar a desaceleração

4 de março de 2025
Redação Um Só Planeta
2 min. de leitura
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Foto: Ceridwen Fraser

Um estudo liderado por pesquisadores australianos revelou que a Corrente Circumpolar Antártica, a mais forte do mundo, pode desacelerar em até 20% até 2050 caso as emissões globais de gases do efeito estufa continuem elevadas. A mudança poderia acelerar o derretimento das calotas polares na Antártica e elevar o nível do mar.

A pesquisa, publicada na revista Environmental Research Letters, utilizou o supercomputador Gadi, localizado no Access National Research Infrastructure, em Canberra, para modelar os impactos das mudanças de temperatura, do derretimento do gelo e das condições do vento sobre a corrente oceânica. Os resultados apontam uma relação direta entre a liberação de água doce das geleiras e a desaceleração da corrente.

Corrente Circumpolar Antártica (em amarelo). Modelos climáticos mostram que a corrente pode desacelerar 20% até 2050 — Foto: . Ilustração: Dr Taimoor Sohail

“A situação é bastante alarmante”, afirmou Bishakhdatta Gayen, professor associado da Universidade de Melbourne e coautor do estudo ao The Guardian. Segundo ele, a liberação de água fria e doce altera a densidade do oceano, afetando seu movimento e comprometendo a estabilidade do sistema climático.

Corrente Circumpolar Antártica, que conecta os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, é essencial para a regulação do clima global. Ela impede que águas mais quentes atinjam a Antártica e também influencia na absorção de calor e dióxido de carbono pelos oceanos.

O estudo alerta que a desaceleração pode desencadear um “ciclo vicioso”, no qual mais água quente alcançaria a plataforma continental antártica, intensificando o derretimento das geleiras e enfraquecendo ainda mais a corrente. Isso poderia afetar ecossistemas marinhos e a distribuição de espécies, além de aumentar a variabilidade climática e os eventos extremos.

Para mitigar esses impactos, os cientistas reforçam a necessidade de reduzir as emissões de carbono e conter o aquecimento global.

Fonte: Um Só Planeta

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