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Corpos de ursos polares não poderão mais ser exportados do Canadá para os EUA

7 de julho de 2013
3 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Care2/Divulgação
Foto: Care2/Divulgação

 

O que muitos humanos chamam “troféus”, feitos de partes de corpos de ursos polares mortos pela caça, não poderão mais ser exportados do Canadá para os Estados Unidos, mesmo se caçados legalmente. As informações são da Care2.

O Tribunal americano no distrito de Columbia decidiu, no dia 18 de junho, que o Serviço de Pesca e Vida Selvagem (USFWS) aplicou corretamente as disposições da Lei de Proteção a Mamíferos Marinhos (MMPA) quando negou aos caçadores a permissão para importar corpos de ursos mortos do Canadá pelos Estados Unidos.

Os caçadores consideram como “troféus” as cabeças, peles, garras, patas, e quaisquer outras partes dos corpos dos ursos que são caçados.

O Canadá é a morada de 60% a 80% dos ursos polares do mundo. Estranho como possa parecer, apesar do fato do urso polar ser uma espécie protegida por uma variedade de leis ao redor do mundo, as populações de urso polar no Canadá têm sido consideradas abundantes o suficiente para que sejam caçadas.

De fato, a Canadá é o único país que permite a caça de ursos polares por não residentes. Tristemente, aproximadamente 75 por cento dos ursos polares mortos legalmente no Canadá – sob anuência e proteção do Estado – são levados como troféus para os Estados Unidos. Colecionadores pagam 35 mil dólares ou mais pelo “privilégio” de obter um pedaço dessas majestosas criaturas e transformá-lo em uma peça de decoração.

Veja a situação típica após uma caça neste curto vídeo:

Os ursos polares são encontrados em regiões árticas do mundo, na Rússia e norte da Europa até o Alasca e o Canadá. Eles foram a primeira espécie considerada ameaçada de extinção sob a Lei de Espécies Ameaçadas (Endangered Species Act), principalmente devido aos efeitos da mudança climática e do aquecimento global. O USFWS determinou que o habitat do urso polar, que é sobretudo o gelo do mar, está apresentando um forte declínio que deve continuar pelo futuro próximo, e esta queda ameaça a espécie em toda a sua gama. Hoje, restam apenas cerca de 20 mil indivíduos da espécie no mundo.

A lista da Lei de Espécies Ameaçadas incluiu a determinação do USFWS de que o urso polar é uma espécie “desfavorecida” (“depleted”), ou “em risco”, segundo a Lei de Proteção a Mamíferos Marinhos. Eles são classificados como mamíferos marinhos pois dependem de recursos do oceano para alimentação. Esta lei rege que os ursos polares não podem ser perseguidos, caçados, capturados ou mortos.

Desde que se assumiu que a espécie do urso polar está ameaçada, em maio de 2008, o Safari Club International e outros recorrentes, incluindo o Governo do Alasca, vêm tentando derrubar a proteção que foi instituída.

Desta vez, os caçadores tentam encontrar brechas na lei argumentando, por exemplo, que poderiam importar partes de corpos como troféus desde que os animais tivessem sido mortos antes da proibição, ou se eles tivessem sido encontrados mortos, e não mortos para este fim – ou seja, a importação dos “troféus” seria aceita em certas circunstâncias.

Mas o Tribunal americano foi categórico: a importação está proibida de todas as formas.

Espera-se que esta seja uma mudança significativa para os ursos polares, cuja caça faz com que sejam violentamente retirados de seu habitat em nome de algo que os humanos chamam de “esporte”.

Esses animais, que já vêm enfrentando dificuldades de obter alimento e abrigo graças ao degelo polar ocasionado pelo homem, deixam de viver suas vidas na natureza e, caçados cruelmente, têm seus corpos partidos como coisas para se tornarem uma cabeça pendurada na parede, um item de vestuário ou um tapete no chão.

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