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CENA TRISTE

Corpo de égua é deixado em rua e potro tenta mamar na mãe morta no Distrito Federal

Vídeo gravado na tarde dessa 2ª feira registrou momento em que filhote tentava se alimentar no corpo da mãe morta, em São Sebastião (DF)

11 de julho de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Material enviado ao Metrópoles

Uma cena triste comoveu moradores de São Sebastião, que têm reclamado da quantidade de cadáveres de animais mortos deixados pelas ruas da região administrativa. Em vídeo registrado na tarde dessa segunda-feira (8/7), um filhote de cavalo tenta mamar no corpo da mãe, uma égua que havia morrido horas antes, mas não teve o cadáver recolhido.

Maria Valintim Gontijo, 23 anos, mora na região e testemunhou o ocorrido. A autônoma contou que, no mês passado, por exemplo, pessoas da comunidade se aproveitaram da morte de outra égua para desossar o animal.

“Temos muitos desses animais soltos em vias públicas daqui. No mês passado, uma égua foi atropelada e, no outro dia, cerca de 10 pessoas chegaram com garfo e faca para tirar a carne do bicho. Só restou a cabeça lá”, detalhou.

O Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) é a autarquia responsável pela retirada das carcaças de animais das ruas. No entanto, Maria critica a demora nesse processo, que depende, inicialmente, de um pedido junto à Ouvidoria do Governo do Distrito Federal (GDF).

“Isso [a falta de recolhimento dos animais] acontece muito. Ligamos para tudo quanto é tipo de órgão público, mas não resolvem. Para eles [do SLU] buscarem os corpos, tem de primeiro o pedido na Ouvidoria, e isso leva, em média, 48 horas”, comentou.

Maria acrescentou que, em 2024, ocorreram ao menos cinco mortes de animais de grande porte na região, mas ninguém sabe quem são os responsáveis pelos bichos, que costumam ficar soltos nas ruas. “Outro dia, tive de ligar mais de 20 vezes para retirarem o cadáver de outra égua morta. Só depois de 10 dias, com o animal entrando em decomposição, o pedido da população foi acatado, porque ninguém aguentava mais o odor” criticou a autônoma.

Procedimentos

Por meio de nota, o SLU informou que faz a coleta de animais mortos de pequeno porte – como pássaros e roedores – durante o serviço de varrição em vias e logradouros públicos. No caso de animais de grande porte, o cidadão deve pedir a coleta junto à autarquia e informar a localização do corpo pelo telefone 162.

“Esse serviço é feito por equipes especializadas, com caminhões adaptados para a retirada dos animais. O prazo estabelecido para o recolhimento é de até 48 horas. No entanto, a partir do momento em que é acionado, o SLU geralmente realiza o recolhimento em um tempo menor do que o prazo estipulado”, destacou a autarquia.

Nos casos recentes de recolhimento de animais mortos em São Sebastião, o SLU detalhou que, em junho, foi acionado pela manhã para retirar um boi de uma via na região. A equipe chegou, ainda pela manhã, mas o boi não estava mais no local, segundo a autarquia. “Nesta semana, a Administração Regional de São Sebastião comunicou sobre um equino a ser recolhido, às 17h. O animal foi retirado na manhã do dia seguinte.”

O Serviço de Limpeza Urbana acrescentou que não recolhe animais vivos, nem bichos mortos encontrados em áreas particulares e dentro de rios, lagos ou bueiros. A autarquia também não recolhe corpos daqueles vítima de doenças contagiosas. Depois, os cadáveres são levados para o Aterro Sanitário de Brasília.

Nota da Redação: A exploração de cavalos é uma prática cruel que revela os piores aspectos da ganância humana. Esses animais, frequentemente submetidos a condições degradantes, enfrentam jornadas extenuantes e abusivas, muitas vezes puxando carroças sobrecarregadas ou expostos a trabalho forçado, tendo que suportar cargas pesadas, a sofrer com feridas não tratadas e a viver em espaços apertados e insalubres, sem o devido cuidado ou atenção às suas necessidades básicas.

Fonte: Metrópoles

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