O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou ontem (28/11) o Corinthians a pagar uma multa de 85 mil reais pelo arremesso de uma cabeça de porco no gramado da Neo Química Arena, durante o clássico contra o Palmeiras no dia 4 de novembro.
De acordo com o jornalista Pedro Ramiro, da Rádio Bandeirantes, o dinheiro será destinado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, ele deveria ser doado para ONGs realizarem trabalhos que mudem esse comportamento e ajudem os animais.
A multa não aborda a raiz do problema: a normalização de ações que envolvem crueldade animal em grandes eventos. Não houve, por exemplo, qualquer medida que reconhecesse o ato como uma violação dos direitos animais.
A legislação brasileira ainda falha em tratar com rigor situações como essa. Casos de exploração muitas vezes são ignorados ou minimizados, principalmente quando estão inseridos em contextos culturais ou esportivos.
Isso reflete uma lacuna ética no sistema de justiça. Enquanto ofensas entre torcedores e clubes são julgadas com seriedade, a vida dos animais continua sendo relegada a um plano secundário.
É perigoso que o futebol, um esporte capaz de unir milhões de pessoas, reproduza ações que desrespeitam os direitos animais. O episódio da Neo Química Arena não deveria ser apenas sobre uma multa ao Corinthians, mas uma oportunidade para o STJD e outras instituições repensarem suas políticas e abraçarem uma postura mais firme contra a violência e o desrespeito contra os animais, além de doar o dinheiro para ONGs.
O sofrimento dos animais ainda é uma questão secundária para a maioria das instituições brasileiras e isso precisa mudar.