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Coordenadores de experimentos com beagles na Universidade Estadual de Maringá (PR) se calam

25 de outubro de 2011
2 min. de leitura
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Os três professores que coordenam pesquisas com cães da raça beagle, no Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), recusam-se a comentar se os experimentos já resultaram em algum benefício concreto para a sociedade. Eles foram procurados pela reportagem de O Diário, por meio da assessoria de imprensa da universidade, mas nenhum deu retorno.

Os doutores Maurício Guimarães Araújo e Edevaldo Tadeu Camarini e a mestre Nair Marumi Orita Pavan são citados na ação civil pública em que o Ministério Público (MP) pede o fim dos experimentos com animais e libertação dos cachorros. Os questionamentos feitos pela reportagem aos três professores foram baseados na ação.

De acordo com a Promotoria do Meio Ambiente de Maringá, Araújo realizava em seus experimentos a extração dentária nos beagles, que seriam submetidos a procedimentos dolorosos. No biotério, foram flagrados analgésicos com prazo de validade vencido. O pesquisador não respondeu se a denúncia precede nem se os cães são realmente necessários para as pesquisas.

Na ação, o promotor José Lafaieti Barbosa Tourinho contesta a eficácia da utilização dos animais nas pesquisas. Segundo ele, um dos estudos da professora Nair é para saber a sensação, se a administração intracarnal do composto químico capsaicina causa coceira e irritação. A pesquisadora não deu respostas sobre como um cachorro poderia relatar se há ou não coceira.

Convidado pela reportagem a citar exemplos de estudos recentes, com experimentos feitos com cães, em conceituadas universidades estrangeiras, o professor Camarini não colaborou. O doutor também foi questionado se há a possibilidade de utilizar voluntários nos testes com implantes dentários, ao invés de cães. Aos três foi feita uma pergunta em comum: “que ganho concreto essas pesquisas trouxeram para a comunidade?” Nenhum benefício foi informado à reportagem ou ao Ministério Público.

Diálogo

Na sexta-feira passada, a pedido dos ativistas, Lafaieti entrou em contado com o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, que teria se comprometido a adotar todos os cuidados com os animais. O reitor também ouviu o pedido de liberação dos cães – pedido que já aguarda decisão judicial –, mas antecipou ao promotor que se reunirá com os pesquisares na próxima segunda-feira, para ver o que pode ser feito. À imprensa, a UEM informa que só se posicionará a respeito após ser notificada formalmente.

Fonte: O Diário

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