Por Vanessa Perez (da Redação)
Foi um desastre após o outro quando o Japão foi destruído, no início de março, por um dos maiores terremotos já registrados. O terremoto provocou um tsunami que varreu casas e vidas. As explosões e vazamentos na estação nuclear de Fukushima levaram ao que tem sido chamado de o maior desastre nuclear do mundo, desde Chernobyl.
Quando a comunidade local de Fukushima foi evacuada, as pessoas receberam o aviso, muito pouco antes, de que elas deveriam fugir. Eles não tiveram tempo para se preparar, e abrigos não foram criados para acomodar os animais. Como resultado, inúmeros animais foram deixados à própria sorte. Linda Wolfe, da associação Born Free EUA, explicou que, “infelizmente, o Japão agora está aprendendo o que New Orleans aprendeu com o Katrina, sobre o inexistente plano de contingência para a evacuação de animais.”
Segundo Wolfe, a Associação Japonesa Anti-Vivissecção acredita que quase 675.000 animais viviam na zona de evacuação, e o número de sobreviventes poderia ser menos de 1.000. É desconhecido quantos animais foram deixados para trás, ou quantos ainda estão vivos.
Segundo informações da Animals Change, nas primeiras semanas, moradores e grupos de resgate foram autorizados a entrar na zona de evacuação por sua conta e risco. Isso significa que alguns animais receberam algum cuidado, mas eles não podiam ser retirados da zona. Então, em 22 de abril, o governo japonês aprovou uma rigorosa política de “Não Entre” , com barricadas e guardas militares. Alguns grupos e indivíduos conseguiram entrar para cuidar dos animais, mas foi uma escolha arriscada.
“Esses animais têm vivido por conta própria desde 22 de abril”, diz Wolfe. “O tempo está se esgotando, se não já se esgotou.”
Em 10 de maio, o governo japonês diminuiu um pouco as barricadas. Enquanto alguns meios de comunicação informaram que as pessoas poderiam voltar ao local e que os animais estariam sendo atendidos, a verdade é um pouco menos otimista. Os moradores foram autorizados a ir por duas horas, mas apenas um pouco por vez, e somente quando fosse a vez de sua aldeia.
“Este vai ser um processo muito lento”, disse Wolfe “Vai levar várias semanas / meses para que todos sejam autorizados a regressar, e os animais que sobreviveram necessitam de ajuda imediata – eles não podem esperar por várias semanas”.
Há uma série de problemas com esse processo, além do cronograma. Com a maioria dos animais sobreviventes andando livremente, será difícil para as pessoas encontrarem seus animais em tão pouco tempo.
Os animais explorados para o consumo não estão incluídos neste plano, e os moradores ainda não estão autorizados a levar seus animais para fora da zona de evacuação. Em vez disso, eles estão recebendo orientação para amarrar ou prender os animais e deixá-los para fora, onde os funcionários do Governo possam recolhê-los em um ou dois dias. Mas e se eles não vierem? O sofrimento vai continuar.
Vários grupos já estão prontos para ajudar, e estão assim desde o primeiro dia. A Japan Earthquake Animal Rescue and Support é um conjunto de organizações de resgate, e contra o assassinato de animais, que também é apoiada por Kinship Circle e Last Chance for Animals.
O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal também está ajudando, trabalhando com líderes locais sobre um plano para retirar os animais. Muitos grupos menores, locais e internacionais, e os indivíduos envolvidos estão prontos e esperando para ajudar, mas há pouco que eles possam fazer até que a zona de evacuação seja aberta novamente.
Ajudar os animais afetados pelo desastre de Fukushima não precisa afetar as despesas com a ajuda às pessoas, o Governo Japonês apenas precisa permitir que isso aconteça. E isso precisa acontecer rápido.