A direção do zoo confirmou que os javalis mortos seriam vendidos hoje de manhã para um criadouro do interior do Estado ao preço de 100 reais o animal. Eles teriam entre 35 e 40 quilos cada, podendo resultar em mais de 200 quilos de carne. O vigilante Ademar dos Reis Antunes, da empresa terceirizada que auxilia a guarda própria da instituição na segurança, foi quem descobriu a ação dos ladrões. ‘‘Até a troca de turno de ontem (terça-feira) estava tudo normal. Durante a madrugada ninguém ouviu nada e retomei meu posto às 7 horas. Por volta das 7h50 passei por aqui e estranhei o silêncio. Parei para dar uma olhada e logo encontrei marcas de sangue’’, afirmou Antunes.
Na manhã de ontem investigadores da Polícia Civil estiveram analisando o local. A polícia identificou uma cerca cortada e rastros de sangue e de passos de mais de uma pessoa na área entre o espaço dos javalis e o muro que divide o território do parque com a Rua Carioca, que também tinha poças de sangue tanto no lado do zoológico quanto da rua.
Venda
O diretor executivo do zoo, engenheiro agrônomo João Carlos Corrêa Jardim, destacou que o local dos javalis é mais visado por ser mais afastado do resto do parque e próximo ao muro. ‘‘Não é a primeira vez que temos ocorrências desse tipo e acredito que essa carne seja para consumo próprio dos ladrões e venda entre a comunidade. Os animais estavam prestes a serem encaminhados para a venda, pois estávamos com excesso de população e mantemos essa prática quando há exemplares a mais do que podemos comportar.’’
Jardim destacou que a vigilância passa no local seis vezes no período entre 19 e 7 horas, horários em que houve o crime. Ele afirmou que solicitou para empresa a lista dos vigilantes de plantão e os relatórios de trabalho. ‘‘Vamos aumentar a segurança. O posto do horto florestal, que está sendo assumido pela Brigada Militar, será transferido para cá. Além disso, o sistema de câmeras passará a funcionar essa semana e vamos fazer uma rua para carros rente ao muro por onde os ladrões entraram e saíram.’’
Polícia Civil atribui crime contra os animais a venda ilegal
O chefe do Setor de Investigações da 1.ª Delegacia de Polícia de Sapucaia, Marcelo Dias, disse que o caso foi registrado como furto de animais e que até a tarde de ontem não havia suspeitos. ‘‘O pessoal esteve no local hoje (ontem) pela manhã e já colheu informações sobre o caso. Vamos fazer as diligências necessárias, ouvindo pessoas do zoo, da empresa de vigilância e da comunidade próxima se necessário. Pela quantidade de animais abatidos, a hipótese mais provável é de comercialização dessa carne.’’
(Com informações do Diário de Canoas / Foto: Carlos Félix/GES-Especial)