EnglishEspañolPortuguês

O consumo humano envolve mais mortes de animais do que aparenta

24 de julho de 2015
6 min. de leitura
A-
A+

(da Redação)

Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

Quando você entra no supermercado e pega um item para comprar, você só tem um pequeno vislumbre do ciclo de vida desse produto. Você pode ler o rótulo contendo os ingredientes e considerar a marca que fabrica o produto mas, além dessas informações, não se pode realmente saber coisas como a origem dos ingredientes individuais ou, ainda mais importante, se um animal foi indiretamente prejudicado no processo. Por exemplo, se você pegou uma caixa de biscoitos e leu que o óleo de palma está na lista de ingredientes, você pode não reconhecer automaticamente o fato de que o óleo de palma é originário da ilha indonésia de Sumatra, e que uma família de orangotangos foi morta a fim de dar lugar a plantações de palmeira que fizeram este ingrediente possível. De repente, aquela única caixa de biscoitos começa a parecer incrivelmente complicada.
Infelizmente, há muitos alimentos e produtos que compramos e que têm similares impactos danosos aos animais que compartilham o planeta conosco. Nos úItimos 40 anos, cerca de 52 por cento da vida selvagem desapareceu da face da Terra por três razões primárias: caça, perda de habitat e mudanças climáticas. Tudo isso foi provocado por ações humanas. A taxa à qual as espécies estão atualmente entrando em extinção é assustadoramente 1.000 vezes mais rápida que o previsto, o que tem levado diversos cientistas a afirmar que estamos no meio do sexto período de extinção em massa da História, e se não fizermos algo para mudar os nossos hábitos logo, estaremos conduzindo o ecossistema global a um estado de total colapso.
Apesar desta tarefa parecer extremamente pesada para que cada um de nós assuma como indivíduo, a boa notícia é que podemos ajudar a prevenir a perda de habitat das espécies se olharmos de que forma os nossos hábitos de consumo impactam a vida dos animais. Esses exemplos a seguir estão entre as maneiras pelas quais as nossas vidas cotidianas interferem nos animais – e elas têm certamente um alcance terrível. As informações são do One Green Planet.
1. Oléo de palma e a extinção dos orangotangos
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

O óleo de palma pode ser encontrado em aproximadamente 50 por cento dos alimentos industrializados, ainda que a maioria das pessoas não estejam cientes sequer da sua existência. A maior parte do óleo de palma do mundo é originada de duas ilhas da Indonésia – Bornéu e Sumatra – que também são o último habitat remanescente dos orangotangos selvagens. Nas últimas duas décadas, o desmatamento para se criar plantações de palmeira causou a queda da população de orangotangos para cerca de 40.000 indivíduos. Os cientistas acreditam que a espécie pode ser extinta nos próximos 20 anos, se nada for feito para protegê-los.
2. Pastagens de gado e animais selvagens
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

As pastagens usadas para o gado ocupam atualmente cerca de 26 por cento das terras aráveis do mundo. E conforme cresce a demanda por carne, a necessidade de espaço para o gado também aumenta. Infelizmente, para os animais explorados para consumo humano ocuparem mais terras, outros têm de perder as suas terras nativas. Nos Estados Unidos, as pastagens impactam 14 por cento das espécies em risco de extinção ou ameaçadas, e 33 por cento da vegetação em vias de extinção. Lobos e cavalos selvagens têm sido completamente empurrados de sua área nativa para permitir o espaço para bovinos. Quando alguém come um hambúrguer, está prejudicando mais animais além da vaca que sofreu tremendamente para tornar isso possível.
3. Elefantes e marfim
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

A cada 15 minutos, um elefante é morto por suas presas de marfim, para que sejam produzidos itens fúteis como jóias, teclas de piano e placas de identificação. Nas taxas atuais de caça, estima-se que os elefantes estarão totalmente extintos da vida selvagem ainda em nossa geração. Se a perda das vidas dos elefantes é devastadora por si só, representa igualmente um desastre para os humanos. Elefantes desempenham um papel importante em tornar espaços de vegetação habitáveis para as pessoas. Quando os elefantes vão embora de uma região, estudos demonstraram que menos árvores crescem, mais insetos disseminadores de vírus se espalham, e a escassez de água se torna uma questão grave.
4. Rinocerontes e medicina tradicional
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

Na medicina tradicional chinesa, são atribuídos aos chifres dos rinocerontes poderosas propriedades de cura. Na realidade, eles são compostos de queratina – a mesma substância das unhas humanas – e não têm qualidades terapêuticas de fato. Mesmo assim, devido à “tradição”, os chifres de rinocerontes ainda são considerados extremamente valiosos, e são mais caros do que o ouro. Infelizmente, para atender à demanda, três rinocerontes são mortos por dia no mundo. O rinoceronte negro do Ocidente já foi considerado extinto, e os de muitas outras regiões estão sendo forçados para o  mesmo caminho.
5. A pesca e os tubarões, baleias, golfinhos, tartarugas marinhas e outros
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee
Foto: One Green Planet/Elizabeth Lee

Só nos Estados Unidos, a média de consumo de peixe está em torno de 1 kg por semana. Se considerarmos quanto peixe se consome no mundo, a quantidade de animais mortos nesta cadeia é impressionante. Para continuar a atender às demandas por animais marinhos, os pescadores comerciais estão praticando métodos cada vez mais agressivos para capturar mais peixes. Estima-se que 40 por cento das capturas marinhas seja “acidental” – animais que não são o alvo como tubarões, golfinhos, baleias e tartarugas. Ou seja, há mais mortes envolvidas quando alguém come uma sardinha ou um sushi, do que os animais que estão sendo ingeridos.
O tempo para agir é agora
Uma vez que se sabe qual o impacto que as nossas ações estão provocando nos animais, é nossa a responsabilidade de fazer uma mudança para melhor. Há algumas maneiras pelas quais se pode começar imediatamente:
– Recusar-se a consumir produtos que contenham óleo de palma;
– Parar de consumir carne e derivados de animais, como leite, queijos e ovos;
– Divulgar e compartilhar essas informações para que as pessoas repensem seus hábitos de consumo, pelo bem dos animais e de todo o mundo.
É sempre importante lembrar que, quando a compra cessa, cessam também as mortes.

Você viu?

Ir para o topo