Maninho Pacheco
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O Sindicato dos Ferroviários da mineradora Vale S.A. que trabalha no Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer ES/MG), através de seu presidente, João Batista Cavaglieri, fez uma doação nesta terça-feira de R$ 3.200,00 ao mantenedouro de vida selvagem Santuário Terra de Gaia para a conclusão das obras do recinto de grandes felinos.
O recinto abrigará as leoas Malamala e Gaia, resgatadas nos últimos meses de circos que atuavam no Espírito Santo. O recinto terá uma área total de 500m² com ampla área verde, terra batida e árvores. O projeto já tem aprovação do IBAMA/ES e poderá abrigar até mais outros dois grandes felinos vindos de todas as partes do país. O intercâmbio de animais selvagens vítimas de maus-tratos é um procedimento rotineiro entre santuários.
Malamala
Malamala foi resgatada em outubro do ano passado através da operação “Rompendo as Jaulas”, desencadeada por técnicos da Superintendência do Ibama do ES e organizações capixabas de proteção de animais – Foca (Fórum Capixaba de Defesa dos Animais) e Instituto Orca (Organização Consciência Ambiental).
A leoa atendia pelo nome de Xuxa e estava mantida em cativeiro há cinco anos no circo Ben Hur Brothers, localizado no bairro Serra Dourada, município da Serra, em uma jaula de 3m x 1,7m por 1,5m de altura. O animal não tem as garras, arrancadas há três anos pelo proprietário do circo, Arnaldo C. Silva, multado à época pelo Ibama.
Em agosto passado, o circo Ben Hur voltou a ser denunciado por militantes e ativistas dos direitos dos animais da Serra por manter, além da leoa, dois avestruzes em situação de risco. Um deles morreu, vítima dos maus-tratos. A outra ave conseguiu ser resgatada pelo Ibama e encaminhada ao Santuário Terra de Gaia, em Guarapari. Por conta disso, o proprietário do circo Ben Hur foi multado pela segunda vez por maus-tratos e tratamento cruel praticado contra animais.
Ao entrar no Santuário Terra de Gaia, Xuxa foi rebatizada de Malamala, uma homenagem ao Mala Mala Game Reserve um dos mais antigos parques naturais africanos, criado em 1898, na África do Sul. A mudança de nome de animais selvagens vítimas de maus-tratos em circos é um procedimento padrão entre os santuários. Serve para eliminar toda e qualquer associação com uma vida de privação de liberdade e dor.
Gaia
Em fevereiro deste ano, o Ibama e ativistas capixabas desencadearam uma nova versão da operação “Rompendo as Jaulas” e resgataram, no município capixaba de Jerônimo Monteiro (200 km de Vitória), a última leoa confinada em circo no Espírito Santo. A utilização de animais em circos no estado foi proibida no dia 21 de janeiro pela lei 9.399, que sancionou projeto do deputado estadual Dr. Hércules Silveira.
A leoa Jade viveu durante 16 anos presa em uma jaula de 3 m². O animal apresenta o canino superior direito quebrado e a ponta da cauda cortada. As garras, inacreditavelmente, estavam intactas, uma surpresa quando se sabe que o procedimento padrão dos circos é arrancar cruelmente as garras dos grandes felinos sem qualquer anestésico, geralmente a alicate.
O trabalho de resgate de Jade foi coordenado pelos escritórios de Vitória e Cachoeiro de Itapemirim do Ibama, Santuário Terra de Gaia e Forum Capixaba em Defesa dos Direitos e do Bem Estar dos Animais (Foca), com apoio do deputado estadual Dr. Hércules. A operação foi acompanhada pelo professor de anatomia e zoologia da Universidade de Vila Velha (UVV), João Rossi, que também é diretor científico da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas).
Jade foi levada para o Santuário Terra de Gaia, onde foi rebatizada de Gaia. Pela mitologia grega, Gaia é a deusa mãe primordial, uma das primeiras divindades a habitar o Olimpo, geradora de todos os deuses, a deusa-terra.
Outros resgates
O resgate de Malamala e Gaia é o desdobramento de uma ação idealizada há três anos pelo Forum Capixaba em Defesa dos Direitos e do Bem Estar dos Animais (Foca). O primeiro grande felino a ser resgatado, na época, foi Simba, confinado por 13 anos em um frigorífico desativado na cidade de Cariacica, região da Grande Vitória. Simba foi enviado ao santuário Rancho dos Gnomos, em Cotia (SP).
No dia 31 de agosto do ano passado, a operação “Rompendo as Jaulas” resgatou as leoas Sarita (9 anos) e suas crias Carol (4 anos) e Chimarrão (9 anos). Eles viviam confinados em duas jaulas medindo cerca de 7 metros quadrados cada, no circo Rostok, no município de Alfredo Chaves, interior do Espírito Santo. Os animais foram enviados para o santuário Projeto GAP, em Sorocaba (SP).
Santuário
Criado em outubro de 2009 e reconhecido pela Superintendência do IBAMA/ES, o Santuário Terra de Gaia é um mantenedouro da vida animal doméstica e domesticada, selvagem e silvestre de espécies que não dispõem mais de um lar nem condições de serem reintroduzidas à natureza.
Trata-se de uma iniciativa pioneira no estado do Espírito Santo no acolhimento de todos os tipos de espécies vítimas do abandono e negligência dos responsáveis e de maus-tratos, crueldade e violência praticados pelo tráfico de animais, indústria de entretenimento (circos e rodeios), laboratórios das indústrias farmacêutica e cosmética e biotérios de faculdades de ciências biomédicas.
O Santuário Terra de Gaia está situado no local conhecido como Córrego Sete, Atlântico II, zona rural de Vila Velha, e ocupa uma área total de 3 ha (30 mil m²). Atualmente, o Santuário Terra de Gaia conta com 42 cães, 19 gatos, 3 ovinos, 1 avestruz (Struthio camelus) e 2 leoas (Panthera leo).
Santuário é um espaço de acolhimento, guarda e proteção da vida animal sem fins lucrativos. Seu objetivo não comporta qualquer tipo de exposição ou exploração de imagem das espécies protegidas, salvo visitações estudantis dirigidas, de caráter educativo, voltadas a estudantes das redes públicas municipal e estadual.
O Santuário Terra de Gaia já recebeu a doação dos seguintes recursos: Fibria Celulose S/A (R$ 3,5 mil), Foca/Orca (R$ 500,00), Frigorífico Zucolloto (alimentação permanente dos felinos), grupo de empresários articulado pelo deputado estadual Dr. Hércules (R$ 5 mil), Ilha Azul Corretora de Seguros (R$ 2 mil), Perfil Alumínios Ltda (R$ 3,5 mil), Pinter Material de Construção (doação de 5 mil blocos de concreto), Sindfer ES/MG (R$ 3,2 mil) e WSPA (R$ 1 mil).
O Terra de Gaia tem o apoio da Associação Amigo dos Animais do ES (Amaes), Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas), Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental (Avidepa), Batalhão da Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo (BPMA-ES), Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Forum Capixaba em Defesa dos Direitos e do Bem Estar dos Animais (Foca), Grupo de Libertação dos Animais do ES (Gala), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/ES), Instituto Jacarenema de Pesquisa e Proteção Ambiental (Injappa), Instituto Organização e Consciência Ambiental (Orca) e Sociedade Mundial de Proteção dos Animais (WSPA).
Urgências
Mas as obras ainda não terminaram. Para a conclusão do recinto de grandes felinos, o local precisa dos seguintes recursos materiais e de mão-de-obra:
1. Materiais
Cinco horas de trator para terraplanagem
38 sacos de cimento e 15 sacos de barro
1 caçamba areia média
1 caçamba brita n 01
20 barras de ferro 5/16
3 kg de prego 17×27
3 kg arame recozido
58,80 m² de tela losangular fio 10×2″ galvanizado (1,20 x 49)
171,5 m² de tela losangular fio (3,50 x 49)
450 m de arame para esticar fio 10 galvanizado
10 Kg de arame para amarração fio 16 galvanizado
01 Catraca caçula grande
01 Catraca pequena
2. Mão-de-obra
Colocação das telas ao redor do recinto
Fechamento da frente do recinto e das áreas de cambiamento
Construção das áreas de cambiamento
Colocação dos moirões de eucalipto e construção do coxo para água
Contatos
Os interessados em nos ajudar poderão entrar em contato com:
Maninho Pacheco (027) 8131 5599
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Antonino Falleiros Antonioli (027) 9989 0874
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