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Construção de hidrelétricas pode extinguir a vida dos peixes no rio Tele Pires

9 de outubro de 2010
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Um dos impactos da possível construção de seis hidrelétricas no rio Teles Pires é a extinção dos chamados peixes reofílicos, ou seja, os peixes de correnteza, é o que diz o professor do departamento de botânica e ecologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Francisco de Arruda Machado, conhecido como Chico Peixe. Ele diz que com a construção de barragens os peixes migradores tendem a desaparecer, pois se perdem nas áreas alagadas.

“Muito se questiona sobre queimadas e desmatamento, mas nunca se contabilizam os prejuízos do desmatamento por afogamento de matas”, diz Francisco. “Isso também é nocivo para o fluxo migratório de espécies de correnteza, pois as ovas precisam de água corrente para nascer, do contrário, se perdem nas lagoas formadas ao redor da barragem e apodrecem”, explica.

No último dia 5, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) recebeu os estudos de impacto ambiental (EIA/Rima) da Usina Hidrelétrica de Teles Pires e a partir de agora será dado inicio à análise técnica do mérito.

No relatório, os técnicos também fazem menção ao problema envolvendo os peixes: “pode-se citar a alteração do regime fluvial e a interferência sobre o processo migratório de peixes, que se agrava conforme a passagem do barramento, do mais a jusante ao mais a montante, alterando as condições originais de rio e provocando a sobrevivência de espécies distintas daquelas inicialmente ocorrentes”. Para Francisco é uma pena, uma vez que as características do Teles Pires o colocam entre os rios mais piscosos que existem.

As usinas serão construídas em seis localidades ao longo do rio Teles Pires: Sinop, Colíder, Salto Magessi, São Manoel e Foz do Apiacás. Os reservatórios terão 152 quilômetros quadrados de área total, podendo gerar até 1.820 MW de energia, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Com informações de 24 Horas News

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