As Olimpíadas 2024 estão acontecendo em Paris, na França. Mas o palco da competição de surfe, consagrado pela fotografia do brasileiro Gabriel Medina logo antes de receber a nota mais alta da competição até agora — 9,90 —, fica bem longe dali: em Teahupo’o, no Taiti. Essa é uma praia bastante disputada por ter uma das melhores ondas do mundo, porém, a construção de uma estrutura metálica no local por conta dos jogos talvez mude esse cenário.
Teahupo’o tinha uma torre de madeira onde ficavam os juízes durante os campeonatos de surfe que tradicionalmente acontecem no local, só que os organizadores do maior evento esportivo do planeta alegaram que ela esteva deteriorada e precisava ser substituída por uma nova, de alumínio. Muitos dos que se manifestaram sobre o novo projeto gostariam de ver a antiga torre usada nas Olimpíadas de 2024, ou mesmo uma nova torre de madeira construída sobre as fundações originais.
O órgão regulador mundial do surfe, assim como moradores e ambientalistas, foi contra a construção da nova torre. “A Associação Internacional de Surfe (ISA) não apoiará a instalação da nova torre dos juízes de alumínio em Teahupo’o”, afirmou a entidade num comunicado, uma semana após o início da construção.
O problema é que a decisão de seguir adiante com a torre olímpica pode ter afetado os recifes de corais que até então estavam intocados. Em dezembro do ano passado, uma barcaça de construção atingiu o coral – e a extensão do impacto até agora não foi confirmada.
Esses ecossistemas, que abrigam milhares de espécies animais, são frágeis e sensíveis, e danos causados por construção e ancoragem podem torná-los mais vulneráveis a ondas de calor marinhas. Isso sem contar que, uma vez danificados, não serão como os originais e nem terão a mesma biodiversidade.