No mês do meio ambiente, vem à tona um problema já antigo na região, os animais atropelados no trecho que corta o Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio, em São Paulo, correm o risco de extinção. Um estudo revela que em um ano foram registradas 12 mortes, mas o número pode ser bem maior.
Uma estrada quase sem curvas, asfalto novo, boas condições de visibilidade. Tudo parece estimular a velocidade, mas em um trecho de 14 quilômetros da SP-613, em Teodoro Sampaio, o limite é de 70 quilômetros por hora. O motivo: proteger os animais do Parque Estadual. Cada caso registrado de atropelamento traz impactos para todo o ecossistema da região.
“Considerando as taxas de reprodução que são pequenas, quando morre um animal, isso acaba se tornando bastante impactante”, salienta a gestora do parque, Natália Henriques.
É o que aponta um estudo realizado pelo pesquisador Vinícius Alves Rodrigues, estudante de ciências biológicas. Ao longo de um ano ele registrou todos os atropelamentos de animais de médio e grande porte na região e percebeu que no período de seca e frio as mortes aumentam.
“O parque é dividido ao meio e a parte esquerda acaba no Rio Paranapanema. Então, no período de seca do inverno, os animais ficam sem alimentos e sem água, fazendo com que eles atravessem mais nessa época para descer até o rio”, explica o pesquisador.
Em 12 meses foram pelo menos 12 registros, que incluíram antas, veados-campeiros, raposas e outras espécies. Mas, o pesquisador acredita que o número real de mortes por atropelamento nesse período pode ter sido bem maior.
“Talvez tenha animais não foram contabilizados porque pode ter acontecido de terem sido atropelados e ainda machucados foram para o meio da mata e morreram por lá. Além disso, pode ter acontecido de pessoas que atropelaram e levaram o animal para fugir da fiscalização”, conta.
Por isso, ações de conscientização como uma blitz no portal de entrada do parque são realizadas constantemente. O material informativo é para demonstrar aos motoristas a importância de respeitar a legislação e preservar a fauna.
Além de ampliar o número de placas de sinalização, a direção do parque estuda outras medidas para reduzir os atropelamentos, como a instalação de passarelas para os animais e ainda a utilização de radares e outros instrumentos de redução de velocidade. Porém, para que não aconteçam novos atropelamentos, tudo depende dos motoristas.
“Sugerimos que os motoristas aproveitem esses 14 quilômetros para observar a beleza da mata exuberante, maior remanescente de mata atlântica do interior. São poucos minutos, curtam a natureza”, fala a gestora do parque.
Fonte: IFronteira