Quando pensamos no óxido nitroso (N₂O) como o famoso “gás do riso” ou “gás hilariante”, muito usado como sedativo, podemos nem imaginar que se trata de uma poderosa ameaça ao meio ambiente. Esse gás de efeito estufa é bem menos comentado do que “colegas” mais famosos como o dióxido de carbono, mas seu poder é avassalador.
Um recente relatório global da ONU (Organização das Nações Unidas) chama a atenção para isso. O documento diz que óxido nitroso é cerca de 270 vezes mais potente que o dióxido de carbono em termos de aumento da temperatura do planeta e é responsável por aproximadamente 10% do aquecimento global líquido desde a revolução industrial.
Ainda segundo o relatório, o N₂O é o terceiro gás de efeito estufa mais significativo e a principal substância destruidora da camada de ozônio ainda em uso. Suas emissões ocorrem, principalmente, pela agricultura – por causa de fertilizantes sintéticos e estrume.
A ONU propõe medidas que poderiam reduzir a liberação de óxido nitroso em 40%. “Uma abordagem sustentável de gerenciamento de nitrogênio não apenas reduz as emissões de óxido nitroso, mas também evita a liberação de outros compostos prejudiciais de nitrogênio”, diz A.R. Ravishankara, químico e cientista atmosférico da Universidade Estadual do Colorado e coautor do relatório, em um comunicado da ONU. “Isso poderia melhorar a qualidade do ar e da água, proteger os ecossistemas e salvaguardar a saúde humana, tudo isso mantendo a segurança alimentar”, complementa.
Outra especialista envolvida alerta para a falta de atenção dada ao N₂O. “Essa avaliação faz soar o alarme sobre um super poluente relativamente esquecido, que contribui muito para a mudança climática e a poluição do ar”, diz Martina Otto, chefe do Secretariado da Coalizão do Ar Limpo e do Clima. “Ao usar as ferramentas de redução que foram destacadas na avaliação e já estão disponíveis, podemos gerar vários benefícios em termos de clima, ar limpo e saúde”, acrescentou.
Você pode acessar o material completo da Avaliação Global de Óxido Nitroso através do site da ONU.
Fonte: Revista Galileu