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Conheça a história da cadela que inspirou tutora a criar fundação de proteção a cães explorados em corridas

26 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Por Adriane R.O. Grey (da Redação – Austrália)

Há 18 anos, no dia 10 de setembro de 1992, Christine e sua cadela Kelsey foram atropeladas por dois trens em alta velocidade da empresa MBTA, enquanto saíam para uma caminhada. Ambas sobreviveram.

Na foto, um cão galgo (Foto: Denise McFadden)

Uma moradora da área do acidente que ouviu o estrondo da batida e correu até o local encontrou Christine jogada contra os trilhos. Kelsey, também machucada, com o quadril quebrado, não havia saído do lado de sua tutora.
Quando acordou do coma, a primeira coisa que Christine fez foi perguntar sobre Kelsey. Todas as lesões sofridas por Christine foram laterais e ela afirma ter certeza de que a cadela salvou sua vida quando a puxou evitando uma batida frontal com o trem.

Kelsey e Christine viveram juntas um processo de recuperação que levou 2 anos e, para a tutora, a cadela foi seu grande apoio e inspiração durante este período.

Christine encara cada dia vivido nestes 18 anos passados do acidente como um bônus da existência. Segundo ela, o acidente lhe permitiu perceber que aquilo que a ela haviam ensinado e que sempre considerara importante — estudar muito, ter sucesso profissional e dinheiro — eram itens irrelevantes na vida de alguém se não houvesse amor. Christine afirma que Kelsey, uma cadela adotada, despertou o amor em sua vida. Percebeu, por causa da fatalidade de que fora vítima e da companhia de Kelsey, que poderia ter objetivos mais amplos e significativos e decidiu ajudar os animais.

Christine estudou Direito, como havia planejado, mas agora com o fim específico de lutar pelos animais de maneira mais eficaz e de poder ser mais uma voz pelo seu bem-estar na sociedade norte-americana. Kelsey foi sempre a referência necessária e presente nos momentos mais difíceis da trajetória acadêmica de Christine e, parecendo saber que a tutora precisava de seu apoio naquele momento, não a deixou só: morreu, já velha, apenas alguns dias depois de sua formatura.

Como estudante de Direito, Christine foi voluntária de várias instituições de proteção animal  e foi gradualmente se sentindo cada vez mais envolvida e realizada com esta atividade. Certo dia, leu um anúncio que convidava para uma reunião pessoas possivelmente interessadas em acabar com as corridas de cães galgos. Entusiasmada com a perspectiva de ajudar milhares de cães utilizados pela indústria de corridas, Christine compareceu ao encontro e tornou-se cofundadora da organização GREY2K USA.

Hoje, Christine e sua família têm uma cadela galga chamada Zoe, que foi resgatada das pistas de corrida.  Zoe teve a sorte que a maioria dos cães galgos não têm e é um animal feliz que a cada dia supera um pouco mais de seus traumas. Apesar disso, Christine sabe que não pode lhe devolver o tempo em que viveu confinada, judiada, com temor constante de punição pelo que quer que fizesse. A escassa socialização a que estes cães são submetidos é algo com que eles terão que conviver pelo resto de sua vida, explica Christine.

Zoe tem a orelha tatuada com duas séries numéricas: uma é a data de seu aniversário, a outra, um número de registro de cães de corrida na Associação Nacional de Cães Galgos [National Greyhound Association]. “Isto expressa claramente como a indústria de corridas vê estes cães”, afirma Christine.

Para Christine, juntamente com Kelsey, Zoe é uma inspiração para continuar lutando pela extinção das corridas de cães galgos em todos Estados Unidos. Por elas e por cada cão que dia após dia vive sob temor e sofrimento, Christine, Zoe e a GREY2K USA pedem a todos os amantes dos animais que divulguem esta realidade.

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