Por Bruna Araújo (da Redação)
O Dia Internacional da Mulher é comemorado neste domingo e é a oportunidade perfeita para homenagear todas as conquistas das mulheres ao longo dos anos. É certo que os direitos das mulheres ainda tem um longo caminho a percorrer (como o discurso de Patricia Arquette no Oscar dolorosamente nos lembrou). No entanto, as mulheres também estão em uma posição única – intrínseca e experiente – para liderar uma das questões de justiça social mais presentes da atualidade: a luta pelos direitos animais. As informações são do Care2.
Por que os Direitos Animais?
Os direitos animais englobam tudo: saúde, meio ambiente e nossa postura moral. Aqui estão algumas evidências de que a nossa cultura carnista está nos destruindo:
– O cultivo da fábrica é a criação de superbactérias resistentes a antibióticos
– Fertilizantes agrícolas são em grande parte responsáveis por zonas mortas nos oceanos
– A maioria dos nossos recursos hídricos vão para os animais que consumimos (mesmo em épocas de seca)
– Estamos cortando nossas árvores – o nosso segundo par de pulmões – para dar espaço para criações extensivas de gado
– Estamos alimentando o gado com grãos que poderiam acabar com a fome do mundo (870 milhões de pessoas)
– Especialistas temem que os tempos de guerra, conflito e terror serão consequência da falta de água e escassez de alimentos
O especismo, ou seja, considerar os animais não humanos inferiores aos humanoso, é um um sistema construído sobre a opressão, exploração e violência.
Por que as mulheres?
Em essência, opressão reconhece opressão. As mulheres podem nos conscientizar em relação aos direitos animais e aqui estão algumas razões do porquê elas são tão importantes para essa missão:
1. O olhar. Assim como o olhar masculino desvaloriza a identidade feminina para concentrar-se em seus atributos físicos, os carnistas enxergam os animais apenas através do prazer que eles podem oferecer, seja para entretenimento ou consumo. Apenas o corpo é valorizado.
2. Língua. A linguagem é poderosa porque reforça o que o olhar quer ver. Joan Dunayer escreveu em uma de suas peças um fascinante exemplo sobre essa característica:”É notável como a linguagem sexista humilha as mulheres e as exclui de total consideração, avilta a atitudes especistas e exclui os animais não-humanos. Vê os animais como objetos e obscurece sua senciência, individualidade e direito à autonomia”.
Não é coincidência que quando alguém quer atacar uma mulher recorre a insultos comparativos a animais. Se a mulher está acima do peso é comumente chamada de vaca, elefante e outros.
Se isso não te choca, então como o “rack de estupro” (uma prática da indústria de laticínios comum na qual as vacas são inseminadas artificialmente) o faz sentir? Aceitar isso poderia contribuir para a nossa cultura do estupro da violência contra todos os corpos femininos? Pense nisso.
3. Propriedade. Assim como as mulheres, os animais são considerados propriedade. Enquanto esta é uma triste verdade em algumas partes do mundo de hoje, a ideia de que as mulheres eram vistas como propriedade era uma crença popular muito aceita em todo o mundo.
Animais de todos os tipos são vendidos, comprados e explorados para diversos fins todos os dias. Eles não indefesos e não podem reivindicar por seus direitos.
4. A maternidade. A prova que os animais são seres sencientes e dotados de consciência pode ser encontrada nas relações entre mães não-humanas que amam e querem se relacionar com seus filhos. Renee King-Sonnen, que passou de esposa de um criador de gado a fundadora de uma santuário para animais vítimas de exploração, narra um marcante episódio envolvendo vacas e bezerros. “Senti uma imensa tristeza quando vi vacas leiteiras sendo separadas de seus filhos. Suas mamas ainda estavam carregadas de leite. Os filhotes choraram por semana e seus gritos não saem de minha mente”, afirma.
Porcas são conhecidas por cantar para os seus leitões durante a amamentação. E todos nós já ouvimos falar dos fortes laços que unem orcas e seus filhos.
5. Cultura. A boa notícia é que as mulheres podem colocar um fim a tudo isso. Como Phylicia Rashad disse: “Onde as mulheres passam, a cultura vai.”Não é uma surpresa que cada vez mais mulheres estejam rejeitando a crueldade contra os animais adotando uma dieta vegana, um estilo de vida mais ético e consciente. De acordo com o Huffington Post, 79% da população vegana mundial é composta por mulheres.
Precisamos que cada vez mais mulheres mantenham ritmo e é tão fácil quanto cuidar de uma casa. Afinal de contas, nós ainda fazemos a maior parte das atividades domésticas mesmo exercendo atividades externas. Vamos preencher essas barrigas, corações e mente com escolhas repletas de compaixão para que no futuro nossos filhos tenham um planeta para habitar e um mundo mais compassivo para se viver.
E para os homens: nós sempre precisamos de seu apoio.