Há 20 anos, Florianópolis, em Santa Catarina, foi palco de um marco histórico para o movimento vegano no Brasil. Em novembro de 2004, o 36º Congresso da União Vegetariana Internacional reuniu no Costão do Santinho Resort mais de 1.500 participantes de 35 países, que se encontraram para assistir a mais de 70 conferências e seminários.
O evento proporcionou uma grande oportunidade de troca de informações, e muitos vegetarianos que se sentiam isolados encontraram, ali, um impulso para migrar para o veganismo e fortalecer suas atuações em diversas áreas.
Um dos momentos mais impactantes do congresso foi o lançamento do documentário “A Carne é Fraca”, produzido pelo Instituto Nina Rosa. A obra, que permanece relevante até hoje, levou inúmeras pessoas a questionarem seus hábitos e optarem pelo veganismo.
O congresso também deixou legados duradouros em áreas como moda, culinária, pesquisas acadêmicas e direitos animais. Foram realizadas muitas demonstrações culinárias, uma exposição permanente de produtos sem crueldade animal, música, aulas de yoga, desfile de moda sem sofrimento animal e passeios.
Foi nesse contexto que surgiu a Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB), uma organização voltada a centralizar e promover os temas relativos ao vegetarianismo. Fundada em 2003 pela ativista Marly Winckler, a SVB tornou-se um importante ponto de apoio para a difusão do veganismo no Brasil.
“E ali aconteceu um boom, foi um evento considerado como o melhor local e a melhor comida na história de mais de cem anos da União Vegetariana Internacional – IVU. Então a SVB já nasceu grande. No início era tudo cor-de-rosa (risos). Não tinham as disputas e brigas que se instalaram depois”, contou a fundadora e por 12 anos presidente da Sociedade.