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Confirmada existência de macaco em extinção em Guaratinga, BA

10 de agosto de 2009
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Uma notícia há muito esperada com ansiedade por profissionais das ciências biológicas, em especial por biólogos e primatólogos de todo o Brasil se confirmou, esta semana na serra do Pinheiro, município de Guaratinga, com o registro do primeiro relincho de um macaco da espécie Muriqui na Bahia. Das espécies ameaçadas de extinção no mundo, o Muquiri está entre os principais.

O registro foi feito por uma equipe composta pela jornalista francesa Nathalie de Pompignan, pelo fotógrafo grego Marlos Kayopoulos, pelo biólogo francês Jean-François Timmers, pelo jornalista baiano Teoney Guerra e Arivaldo Parente – apoio técnico da equipe -, que faziam reportagem sobre o parque a ser implantado no local, o Parque Nacional dos Muriquis.

O fato foi muito comemorado por Jean-François – que é consultor do Ministério do Meio Ambiente e coordena a implantação do Parque Nacional dos Miriquins, no município de Guaratinga -, uma vez que a existência dessa espécie de macaco – que dá nome à unidade de conservação – nessa região do nosso Estado era  reconhecida, tendo por base informações de pessoas que ali moram, bem pelo fato dessa espécie já habitar nas imediações, nessa mesma cordilheira que separa a Bahia de Minas Gerais, porém, não havia o registro oficial da existência e do relincho do primata na Bahia, o que só aconteceu agora.

Em meados do primeiro semestre deste ano, o maior especialista mundial no assunto, o primatólogo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFGO), Fabiano Melo, fez uma expedição ao local tentando registrar o relincho do macaco. O estudioso trouxe consigo, inclusive, um equipamento que reproduz o som do relincho, utilizando-o na tentativa de fazer um contato. Mas não obteve êxito.

Para o biólogo, “o registro é fantástico”, pois aumenta as chances de preservação –não-extinção – da espécie, cujo número de indivíduos em todo o mundo é de apenas algumas centenas. Em razão de não ser especialista no assunto, Jean François preferiu não especular sobre, em quais estados do Brasil, o primata é encontrado, mas garantiu em pouquíssimos. “Um deles é Minas Gerais, e são poucos os indivíduos existentes”, afirmou.

O registro do relincho do macaco – um som mais grave do que agudo, difícil de se descrever até pelo pouco tempo que foi ouvido, cerca de um minuto – foi feito quarta-feira, às 15:53h, num local localizado no GPS pelas coordenadas UTM24K 0419016/8157974, a 560 metrosde altitude.

Fonte: O Sollo

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