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Conferência discute conservação das espécies defendendo seu "uso sustentável"

25 de maio de 2010
3 min. de leitura
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(da Redação)

File photo of captive bluefin tuna inside a transport cage.
Foto: Reprodução/Portal Exame

Uma conferência de cinco dias na sede da ONU em Nova York deve discutir a revisão da implementação de um acordo de 1995 que estabeleceu um regime jurídico para a conservação a longo prazo de espécies migratórias de peixes e uso “sustentável” das espécies.

O encontro teve início ontem (24) com um alerta da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação: pelo menos 3/4 da população mundial de peixes está em perigo e próxima ao esgotamento enquanto os ecossistemas marinhos continuam em deterioração.

Entre as espécies ameaçadas pela pesca está o atum azul. Encontrado nos oceanos Atlântico e Mediterrâneo, ele é apontado como uma das dez espécies com maior risco de extinção, de acordo com a World Wildlife Foundation (WWF). Os cientistas defendem que uma proibição temporária da pesca desta espécie de atum ajudaria a população dos peixes a “voltar a um equilíbrio”.

As nações também terão oportunidade para considerar novas medidas para reforçar o acordo sobre o tema. O documento, que entrou em vigor em 2001 e tem 77 Estados partes, abrange espécies migratórias que se deslocam por longas distâncias, como atuns e tubarões oceânicos.

Com informações do Portal Exame

Nota da Redação: O grande problema está na perspectiva sobre este assunto: os seres humanos olham para os animais pensando no aproveitamento econômico que podem fazer deles, ou seja, veem a fauna como objetos de exploração a serviço de sua ganância.
De que adianta reconhecer o perigo de extinção enfrentado por determinadas espécies, se continuamos consumindo esses animais? Como podemos nos indignar e ainda manter os mesmíssimos hábitos no que se refere à alimentação e ao consumo? Se verdadeiramente nos preocupamos com o meio ambiente e a preservação da fauna, sejamos coerentes. É preciso enfrentar esse abismo que é a esquizofrenia de discurso e repensar as próprias atitudes. Veja o que tem no seu prato e veja quais são as suas palavras. Você come peixe porque acha saboroso? Você come bife porque acha saboroso? Você bebe leite, come ovos, veste couro porque simplesmente não conhece outra forma de vida? Mesmo com essa enxurrada de informações, documentários, você permanece fazendo as mesmas coisas? Isso se chama descaso, preguiça, e pouca ou nenhuma responsabilidade com relação ao impacto de seus atos sobre a natureza e os animais. Perceba se as suas garfadas estão em concordância com o seu discurso bonito pela preservação das espécies. E se não estiverem, mude. Não existe “utilização sustentável” de animais, assim como não se proíbe temporariamente uma violência (como é o caso da pesca) – o que existe é o respeito à vida e à liberdade deles. Assim como não se estupra de forma sustentável, não se explora ou se mata um ser de forma sustentável. Isto é cinismo e utilitarismo. O planeta precisa, e com urgência, de ações consistentes, ou chegaremos, mais cedo ou mais tarde, a um inevitável e trágico fim de tudo, incluindo o da nossa própria espécie. O mundo precisa de novos humanos.

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