Ministros de cerca de 200 países aprovaram, hoje, um novo plano global para travar a perda de biodiversidade do planeta, lançando ao mesmo tempo um sopro de ânimo sobre a diplomacia ambiental internacional.
O plano estratégico acordado fixa 20 objetivos para proteger a biodiversidade até 2020, com mecanismos para monitorizar o seu progresso. Um deles preconiza o alargamento das áreas protegidas terrestres de 12,5 por cento para 17 por cento da superfície do planeta. A área coberta por parques e reservas marinhas deverá subir de um por cento hoje para dez por cento nos próximos dez anos.
Uma decisão importante da conferência refere-se a uma estratégia para mobilizar os recursos que se julgam necessários para conter a extinção de espécies e proteger a diversidade biológica nos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos têm dois anos para delinear onde e como conseguirão as verbas – estimadas em milhares de milhões de euros por ano. A promessa deste apoio soma-se a outras feitas mais ainda não cumpridas, na ajuda internacional ao desenvolvimento e no auxílio aos países mais pobres para lidarem com o aquecimento global.
“Este encontro proporcionou uma mudança radical na compreensão global da multi-bilionária importância da biodiversidade das florestas, zonas úmidas e outros ecossistemas”, sustenta Achim Steiner, chefe do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, num comunicado.
O resultado da conferência de Nagoya também está sendo visto como um balão de oxigênio para a diplomacia ambiental, afetada pelo fracasso da última conferência climática da ONU, em Copenhagen, em dezembro passado. “É muito importante para o multilateralismo”, afirma Humberto Rosa.
As decisões mais importantes de Nagoya foram ovacionadas de pé pelos representantes dos diversos países, num plenário final que terminou horas depois do prazo inicialmente previsto.
Com informações de Público