Apesar do crescimento perto dos 40% e mais de 200 produtos certificados pela Sociedade Vegetariana Brasileira, o mercado brasileiro ainda não absorveu completamente a demanda dos cinco milhões de veganos e dos 16 milhões de vegetarianos que existem no país.
A pedagoga Vivian Eisenacher, 38, não come carne desde criança e diz que quase nunca encontrava os alimentos que queria nos supermercados comuns. Ela conta que, depois que conheceu uma loja online, passou a ter acesso a novos produtos e tem comprado semanalmente para manter as refeições completas.
Entre as novidades estão os alimentos congelados e refrigerados, como feijoada e churrasco vegano ou ainda almôndega, coxinha, quibe e strogonoff vegetarianos. “Fiquei tão interessada em experimentá-los que nem pensei se era possível comprar esse tipo de produto pela internet. Enfim, comprei, recebi, apaixonei e estou muito satisfeita”, conta Vivian.
A comerciante Arlete de Martinez, 63, é vegetariana há quase 20 anos. Na opinião dela, não faltam opções para quem quer substituir a carne no dia a dia, mas que a praticidade de comprar pela internet tem ajudado bastante. “Os produtos são muito saborosos e as entregas são rápidas”, afirma Arlete.
Empreendedorismo vegano
O acesso difícil a determinados tipos de alimentos despertou o espírito empreendedor do supervisor comercial Ricardo Campos, 34. Vegetariano desde os 11 anos, ele vivenciou fora do país a possibilidade de comprar produtos de origem 100% vegetal em qualquer mercado.
“Morei na Irlanda e lá a associação vegetariana é muito forte. Todos os comércios são obrigados por lei a ter uma opção vegana e uma vegetariana, o que facilitava bastante a nossa vida. Quando voltei ao Brasil, me deparei com um cenário ultrapassado, com a falta de produtos e valores absurdamente caros para os poucos que encontrava”, diz.
Hoje Campos está à frente da VegaSite, um e-commerce que oferece produtos veganos e vegetarianos. Ele afirma que o público tem aprovado a possibilidade de ter alimentos livres de crueldade de uma forma simples, prática e com um valor abaixo do praticado nas lojas tradicionais.
“Nossa ideia central é tornar os produtos veganos acessíveis a todas as pessoas da capital paulista. Uma loja física gera muitos gastos, já no e-commerce não há custos com funcionários extras ou aluguel de ponto comercial. Isso reflete no valor repassado ao cliente”, afirma.
O prazo de entrega dos pedidos feitos pelo site geralmente é de dois dias úteis. Mas o empresário informa que o atendimento personalizado é característica essencial para esse negócio. Ele diz, por exemplo, que os clientes são contatados antes para saber se terá alguém em casa no momento da entrega.
O site vende produtos para todo o país. Entretanto, os alimentos congelados e queijos são entregues apenas aos consumidores da capital, grande São Paulo e mais de 100 cidades no Interior e Litoral de SP.
Segundo Campos, a intenção agora é expandir os itens oferecidos pela VegaSite. O empresário diz que tem planos de incluir suplementos, produtos de higiene pessoal, limpeza, cosméticos e perfumes até o final do ano.
Fonte: Exame