Os animais são excelentes companhias, especialmente neste momento difícil, no qual as pessoas precisam se manter dentro de suas casas, em isolamento social. E a presença deles pode ser fundamental para combater a solidão desse período.
Não é atoa, aliás, que muitas famílias aproveitaram o tempo livre em casa para adaptar um novo animal as suas vidas, dando o bom exemplo de adotar um cão ou gato.
Ao G1, a psicóloga Rhuane Landes Frascarelli explicou que o contato com os animais neste período em que o toque entre pessoas está comprometido para evitar o contágio pela Covid-19, é importante porque faz a pessoa sentir que alguém depende dela.
“As trocas de carinho e ‘diálogo’ entre a pessoa e seu bichinho favorecem o aumento da autoestima e do senso de valor próprio. Ter alguém que dependa de você te faz se sentir útil e amado”, disse.
Além disso, o afeto trocado entre tutores e animais estimula o organismo humano a produzir serotonina e dopamina, substâncias geradoras de prazer a alegria.
Apesar desses benefícios, é importante que o tutor esteja atento ao seu animal, para que ele não sofra as consequências do isolamento. Conforme explicou a médica veterinária Fabiana Guerra Franceschetti, animais acostumados com a presença dos tutores podem desenvolver ansiedade quando a rotina da família voltar ao normal.
“Para evitar que isso aconteça, ou de uma forma menos impactante, a gente orienta a deixar eles sozinhos um pouco porque eles ficam muito grudados. Tem que continuar dando carinho e tudo, mas manter uma rotina”, disse.
Além disso, tutores que optarem por não levar seus animais para passear na rua devem fazê-los praticar exercícios em casa para queimar energia. Caso contrário, eles podem ficar estressados.
“Dá para fazer exercício em casa, jogar bolinha, subir escadas, fazer brinquedos interativos, com garrafas pet, enriquecer o ambiente. Tem que fazer a diversão dentro de casa mesmo por enquanto”, explicou.
No caso das pessoas que preferirem levar os animais à rua, o recomendado é fazer passeios curtos e rápidos e evitar que o animal encoste em paredes e objetos, deite ou sente no chão. Esse contato deve ser evitado por conta da disseminação do vírus. Ao retornar para casa, o correto é dar banho no animal ou, ao menos, higienizar suas patas – nunca com álcool em gel ou qualquer produto químico, porque eles prejudicam a saúde do animal e podem gerar doenças de pele. A orientação é usar produtos específicos para animais, como shampoos, ou sabão neutro. Esses procedimentos devem ser seguidos porque, embora não exista qualquer evidência de que cães e gatos contraiam e transmitam Covid-19 – conforme exposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, se eles encostarem em locais infectados podem ficar com o vírus sobre seu pelo, da mesma forma que pode acontecer com a pele humana (por isso a necessidade de lavar as mãos com frequência) e com objetos, como uma maçaneta.