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PESADELO

Companhia aérea perde documentos e cachorro fica preso em aeroporto

Casal de brasileiros vive um pesadelo sem ter acesso ao animal por erro da KLM

4 de fevereiro de 2022
Redação ANDA
4 min. de leitura
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O casal de tutores de Jack está sem notícias sobre seu estado há mais de 48 horas (Foto: Bruna Estevanin Costa/ Arquivo Pessoal)

Um casal de brasileiros vive um pesadelo depois de se mudar para Londres junto com o seu cão da raça bull terrier, chamado de Jack, e não conseguir ter acesso ao animal. Tudo por que a companhia aérea KLM perdeu a documentação do cachorro durante o transporte e, sem os documentos necessários para a liberação do animal no país, Jack está preso em um centro de recepção animal.

A história começou em janeiro, quando a jornalista Bruna Estevanin Costa foi expatriada pelo seu trabalho e transferida para a capital inglesa. Já imaginando a burocracia que seria levar consigo o seu cão, iniciou os trâmites para o transporte animal com quatro meses de antecedência.

“O Reino Unido tem uma política que só permite a entrada de animais como carga e, por conta da pandemia, a única empresa que está fazendo este transporte é a KLM. Então eles têm o monopólio de mercado e custa bem caro: US$ 4.000 (aproximadamente R$ 21.000) só para um animal”, contou a tutora.

O casal chegou, inclusive, a contratar uma empresa especializada em exportação e embarque de animais, a Embarpet. Reuniram todos os documentos necessários para a viagem do bull terrier. Uma semana antes, a companhia aérea entrou em contato com os tutores e informou que a raça não era aceita no país, admitindo depois que a informação estava errada.

Em seguida, a KLM informou que o bull terrier deveria ser transportado em uma caixa de madeira com medidas específicas, a qual Bruna e seu marido, Diego Augusto Ximenes, prontamente mandaram fazer.
“Mas, na hora de embarcar, a KLM disse que a gente teria que mandar as medidas da caixa para eles confirmarem o voo. Falaram que ela não estava nas medidas corretas e que o Jack não poderia viajar. Este foi o segundo problema”, reclama Bruna.

Eles esperaram então mais uma semana para receber as novas medidas indicadas pela empresa e fazer a nova caixa de madeira. Enquanto isso, Diego teve de realizar a sua viagem, que já estava marcada, e deixou Jack aos cuidados de uma empresa. Na segunda-feira, dia 31 de janeiro, a KLM confirmou a viagem.

“Nos deram uma terceira medida de caixa transportadora. Fizemos a caixa; temos vídeos dela e de todos os documentos dele acoplados com fita adesiva em cima da caixa de transporte, junto com ração, remédio e todas as coisas que o Jack deveria tomar durante a viagem”, conta a jornalista.

Na última terça-feira (01) o cachorro finalmente conseguiu embarcar em direção a Amsterdã (Holanda), onde passou 8 horas em uma conexão. Quando chegou ao Reino Unido, porém, o casal não conseguiu ter acesso ao pet porque, segundo informam, a KLM perdeu os documentos que estavam colados na caixa de transporte. Sem eles, Jack não pode ser liberado no país.

“Então agora, além de estarmos sem registro dele há 48 horas, não sabemos como está, se está sendo bem tratado, se deram comida. Não temos ideia do que está acontecendo, ninguém da KLM nos responde. Eles não conseguem encontrar esses documentos. E o que me dá mais raiva é que uma amiga passou pela mesma situação há seis meses com a KLM, que perdeu os documentos de duas de suas cachorras. Elas ficaram na mesma situação do Jack por 5 dias”, contou Bruna.

Bruna nos contou sobre a situação de Jack a caminho do aeroporto, com a esperança de poder encontrá-lo, mas foi informada de que não poderia vê-lo. O caso tem um agravante porque o animal possui dermatite atópica e está sem remédios há 48 horas. Por causa da condição, o cachorro sente muita coceira e pode se machucar.

“Já estávamos muito apreensivos porque houve aquele caso da cachorrinha que desapareceu na conexão de um voo no Brasil e dois cachorros que morreram com a LATAM. É muito absurdo os animais serem tratados como bagagem, não faz sentido e vai contra qualquer tipo de direito animal. Eu estou entrando em contato com ONGs aqui no Reino Unido para ver se a gente consegue fazer alguma coisa e mudar um pouco da conduta que as companhias aéreas têm que ter com o transporte de animais”, afirma Bruna.

Na tarde de ontem (03) os documentos de Jack foram encontrados em Amsterdã e devem chegar ao Reino Unidos às 22 horas do horário local. Isso significa que o cachorro deve passar mais uma noite no centro de retenção, já que o Department for Environment, Food & Rural Affairs (o equivalente ao nosso Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) não trabalha 24 horas por dia.

“Eles não me deram notícias, só que estava sendo bem tratado, e me prometeram fotos e vídeos. Sigo aguardando”, diz Bruna.

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