Com a chegada de um bebê na família, se os tutores não ficarem atentos o animal pode desenvolver depressão, traumas e ter a ansiedade aumentada. Isso, por sua vez, faz com que o convívio com as demais pessoas da casa fique cada vez mais difícil. Adaptá-los, portanto, é a melhor opção, “pois alguns animais podem sentir ciúmes com a introdução de crianças ou outros animais em seu convívio com o tutor”, alerta Amanda Cologneze Brito, médica veterinária do Laboratório Mundo Animal.
Mesmo assim, isso não acontece com todos. “Alguns, percebem que a tutora está grávida e se adaptam praticamente sozinhos, tanto que os tutores conseguem notar uma mudança comportamental deles antes mesmo de confirmarem a gestação”, argumenta Carla Alice Berl, diretora do Hospital Veterinário Pet Care (SP). É importante lembrar que os animais aprendem por associação, então a atitude do tutor com ele perante as mudanças pode determinar o convívio de ambos no futuro. Logo, “sempre que o animal estiver perto do bebê deve ganhar atenção das pessoas, com carinho e petiscos, por exemplo”, orienta Tatiane Ichitani, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão. “Geralmente as pessoas fazem o contrário, dando atenção ao animal apenas enquanto a criança está dormindo. Com isso, o animal associa que quanto mais longe a criança estiver, mais carinho ele recebe”, explica a especialista.
A gravidez exige planejamento dos pais, e a mesma coisa acontece em relação ao animal. É importante rever a rotina e hábitos que acreditam precisar mudar para quando o bebê nascer, dormir na mesma cama e sentar no sofá, por exemplo. “As mudanças devem ser iniciadas logo no começo da gestação, colocando em primeiro lugar os hábitos que considera mais importante serem mudados”, ensina a veterinária Amanda.
Acima de qualquer recomendação, quem realmente conhece o animal e pode tentar prever as suas reações são os tutores. Com isso, “o adestramento especializado pode ajudar na questão de evitar que ele pegue os pertences do bebê para si”, informa Tatiane. É importante também atentar para a saúde dos animais, para que eles possam continuar no convívio da família sem prejudicar a si mesmos ou ao novo integrante do lar. Logo, “banhos regulares, vacinas em dia, e estar devidamente vermifugado é indispensável. Se a criança não tiver nenhuma doença, como alergias, não há problemas para que eles mantenham contato desde cedo. Mas, como cada caso é único, é importante seguir a determinação do pediatra”, alerta Tatiane. Fazer exames de rotina, como o de fezes, também é uma boa dica para avaliar a saúde de seus animais.
Quando o bebê chegar
Cheiros diferentes, as muitas visitas, brinquedos e utensílios novos, podem despertar a atenção dos animais, e reprimi-los não é a melhor opção. Para evitar situações indesejadas, “tudo deve ser apresentado ao animal com antecedência e ser associado com algo positivo. Assim que o bebê nascer, um membro da família pode levar um lencinho ou um brinquedo com o cheiro dele para o animal”, exemplifica Tatiane. Além disso, “o contato físico só deve acontecer sob a orientação do médico e com a supervisão do tutor”, alerta Carla Alice.
É importante lembrar das associações e não ser injusto com a curiosidade dos seus animais, especialmente se eles forem dóceis. “Não brigue se ele se aproximar do bebê, pelo contrário, recompense- o por se comportar de forma adequada ao lado do pequeno”, finaliza Amanda.
Fonte: Viva Saúde