Matar animais para ritual é muito comum, em toda parte do planeta. Com adeptos do cristianismo, isso não é diferente. Todo final de ano, no dia 25 de dezembro é comemorado o nascimento de Jesus Cristo.
A maioria das pessoas julga e condenam de forma racista e preconceituosa os rituais com animais em terreiros de candomblé.
Se levantam e dizem ”isso é um absurdo”, mas nunca se preocuparam em conhecer um terreiro ou saber de fato como funciona uma cerimônia candomblecista que envolve o sacrilégio de animais.
Não afirmamos que seja certo ou errado, mas é equivocado dirigir-se dessa forma a religiões cujos adeptos, em sua maioria, são historicamente perseguidos.
O que a maioria ignora, é que uma ceia de Natal convencional está repleta de animais mortos das formas mais cruéis possíveis, com pistola de pressão acertando o centro de suas cabeças, lâminas e facões afiados cortando os seus pescoços, choques elétricos e confinamento extremo. Tudo isso para o ritual do dia 25 de dezembro.
A maioria ignora por diversas razões, incluindo o fato de que os animais, geralmente retalhados em pedaços, dão a impressão de não serem belos, inteligentes e muito semelhantes ao nosso cão e gato.
Estima-se que a cada Natal, 7,7 milhões de peru sejam consumidos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, no ano de 2015, foram produzidas 327 milhões de toneladas de carne de peru só aqui.
Esses números, que representam assassinatos de animais apenas no final do ano para a celebração da vida e do nascimento de Jesus Cristo, são infinitamente superiores a qualquer tipo de ritual com animais, seja em qual religião for.
Ao nosso ver, entendendo toda a cultura que cerca esse consumo, atualmente, comemorar o nascimento de Jesus Cristo com pedaços de animais é bem contestável.
Isso porque a forma como os animais são tratados, e o sofrimento em larga escala que é causado antes e durante o abate é completamente desumano.
Por exemplo, é tão comum consumir animais específicos nessa data, que muitas famílias, na noite natalina, colocam um filhote de porco inteiro (leitão) na mesa.
Convenhamos que, ter como símbolo da Ceia de Natal animais extremamente inteligentes, sencientes e inocentes, é no mínimo questionável.
Lutar pelos direitos de todos os animais, ainda não é tão popular, especialmente quando falamos de consumo em épocas tão tradicionais, como o Natal.
No entanto, se pretendemos construir uma sociedade mais justa e ética, a reflexão sobre o sofrimento animal e nossa relação para com esses seres, torna-se uma atitude urgente.
Nada melhor do que aproveitar essa época em que pregamos tanto amor e respeito ao próximo, para refletirmos em como nos relacionamos com outras espécies.
Fonte: Terra