As mudanças de temperatura causadas pelo aquecimento global influenciam toda a fauna e a flora do planeta. Os animais sob o risco de extinção costumam a ser os que mais recebem atenção devido às transformações no meio ambiente, porém, os animais que vivem nas áreas urbanas também sofrem sequelas.

Um estudo publicado na revista científica “Nature Ecology & Evolution” utilizou um banco de imagens para analisar a biodiversidade de cidades estadunidenses como Chicago, Phoenix, Tacoma e Washington, que demonstrou que os animais selvagens locais lidavam melhor com a urbanização quando havia mais árvores, resultado oposto quando comparado às regiões mais quentes e áridas.

Além disso, o estudo confirmou que os mamíferos selvagens possuíam mais presença em locais menos urbanizados.

“À medida que o nosso clima aquece, o calor das nossas cidades continuará a ser um desafio para nós e para a vida selvagem”, disse ao jornal norte-americano NY Times Jeffrey Haight, pós-doutorado na Universidade Estadual do Arizona e autor do novo estudo.

Ao todo, os pesquisadores analisaram 725 locais, dispostos entre 20 cidades dos Estados Unidos. Parques, trilhas, dentre outras áreas verdes das cidades contam com mais diversidade entre as espécies que, segundo os cientistas, totalizam 37 animais que pertencem ao grupo de mamíferos nativos, tais quais esquilos, guaxinins, coelhos, raposas, pumas e veados.

Quando comparadas às cidades que possuem centros urbanos como a maior parte do território, tomando como exemplo Los Angeles, a quantidade de mamíferos é significativamente menor do que em Salt Lake. Mesmo cidades com climas parecidos, como é o caso de  Phoenix e Sanford, há diferenças nos resultados, uma vez que Sanford tem mais áreas de vegetação.

Outro ponto ressaltado pela pesquisa é que os animais de maior porte costumam ser mais afetados pela urbanização do que os demais.

Alguns estudos realizados na Universidade Deakin, em Melbourne, na Austrália, e pela ONG Polar Bear International, demonstram que as variações de temperatura estão afetando a fisiologia dos animais.

Diversas espécies de peixes, répteis, anfíbios, mamíferos e insetos estão passando por um “encolhimento corporal” – o peso, tamanho e estatura dos animais estão mudando devido ao clima.

Além disso, algumas características fisiológicas, como o tamanho do bico de um pássaro, são alteradas. Isso acontece porque a circulação de sangue em bicos maiores facilita o resfriamento do corpo, beneficiando os bichos que possuem essa particularidade.